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As bolsas mundiais começaram a virar na tarde desta quarta-feira, 8, após passarem a manhã em forte queda, impulsionadas pelos rumores de que o Congresso norte-americano estaria preparando a votação de um novo pacote de ajuda ao sistema financeiro do país. A presidente da Câmara dos EUA, deputada Nancy Pelosi, disse que o Congresso poderá ter de voltar de seu recesso para debater o plano, que somaria mais US$ 150 bilhões, informa a rede Fox Business News.

Depois de cair quase 6% durante a manhã, a Bolsa de Valores de São Paulo reduziu as perdas e chegou a subir 0,25%. Por volta das 15h20, a Bovespa oscilava e tinha leve queda de 0,08%, operando aos 40.108 pontos. Em Nova York, as bolsas viraram e, às 15h, o Dow Jones subia 1,23%, o Nasdaq, 2,91% e o S&P 500 1,62%.

No mercado de câmbio, depois de o Banco Central fazer três leilões de venda de dólares no mercado à vista e de negociar 27 mil contratos de swap cambial equivalentes a uma oferta de US$ 1,3 bilhão, o dólar à vista iniciou a tarde devolvendo os ganhos registrados desde a abertura e caiu momentaneamente. Às 15h08, o pronto no balcão devolveu a alta e testou rapidamente o terreno negativo, ao recuar 0,09%, a R$ 2,310. Logo em seguida, a cotação da moeda no balcão voltou a subir para R$ 2,320, alta de 0,35% e, por volta das 15h30, caía 1,95%, a R$ 2,267

"O mercado está volátil, mas reagiu com queda às atuações do Banco Central refletindo um alívio momentâneo", disse um operador de um grande banco nacional. Os operadores consultados afirmaram ainda que a melhora das bolsas em Nova York também contribuiu para a redução da alta intraday do dólar e a volatilidade da Bovespa entre leves altas e quedas.

Juros

O mundo assistiu nesta quarta a uma ação coordenada de cortes de juros por parte dos principais bancos centrais do planeta - acompanhados por outros - naquela que poderia ser uma manhã tenebrosa, depois que a Bolsa de Tóquio teve a maior queda em 21 anos (-9,38%) e enquanto as bolsas da Europa desabavam, mesmo após o anúncio de um pacote de resgate para os bancos do Reino Unido.

Cortaram suas taxas de juros o Federal Reserve - dos EUA -, o Banco Central Europeu e os bancos centrais do Reino Unido, China, Canadá, Suíça, Suécia, Emirados Árabes e Hong Kong. Os mercados entraram em volatilidade na seqüência, mas as bolsas voltaram a operar com fortes quedas. Londres fechou em baixa de 5,18%, Paris perdeu 6,31%, Frankfurt caiu 5,88%.

Os mercados criticam o fato de os BCs estarem sendo apenas reativos e salientam que os cortes não mudam a situação de resgate de fundos de hedge e de preocupações com o mercado de crédito.

Otimismo

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, voltou a fazer uma avaliação otimista da situação do Brasil diante da crise financeira internacional. Segundo fontes do Planalto, em reunião do grupo de Coordenação Política, realizada na manhã desta quarta, Meirelles disse que a economia brasileira cresce com base no mercado interno e a situação das grandes instituições financeiras e de crédito é boa. Ele também destacou que o governo acompanha "com lupa" a crise externa, ressaltando que o governo tem tomado todas as providências quando identifica eventuais problemas.

Ainda segundo essas fontes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem destacado nas conversas com ministros que não interromperá facilmente obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) por causa da crise. A reunião desta quarta de coordenação foi ampliada. Além de Meirelles, dos ministros Paulo Bernardo (Planejamento), Franklin Martins (secretaria de Comunicação Social), Dilma Rousseff (Casa Civil), Tarso Genro (Justiça), Luiz Dulci (Secretaria-Geral) e do vice-presidente José Alencar, participaram do encontro o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento; da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima; e o ministro das Comunicações, Hélio Costa.

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