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O governo dos Estados Unidos não conseguiu chegar a um acordo com líderes parlamentares democratas e republicanos que evitasse a entrada em vigor nesta sexta-feira (1º) dos cortes de gastos públicos que somam US$ 85 bilhões, o chamado "sequestro orçamentário".

Após reunião com líderes parlamentares, na Casa Branca, o presidente americano anunciou o resultado da reunião e continuou a culpar a resistência dos republicanos em aumentar impostos pelo impasse. "Esses cortes vão ferir nossa economia, vão nos custar empregos", disse Obama a repórteres, após a reunião.

O presidente americano chamou o "sequestro" de série de cortes "estúpidos e arbitrários", destacou o jornal "The Guardian". Segundo Obama, pode levar algumas semanas ou meses para que um acordo seja alcançado. O presidente disse que seu plano de "sérios" cortes de gastos e aumento de impostos que ia, "direto ao cerne do problema de déficit de longo prazo" foi rejeitado pelos republicanos. Os republicanos defendem cortes de gastos sem aumento de impostos.

"Não haverá acordo de última hora, de bastidores e certamente nenhum acordo para aumento de impostos", havia adiantado o senador Mitch McConnell, líder da minoria na Casa, em comunicado antes do encontro, segundo o "Wall Street Journal".

O corte de verbas estava previsto numa lei de 2011, que foi parte de um acordo para solucionar uma crise fiscal anterior. Mas economistas dizem que o contingenciamento que entrou em vigor pode tolher a ainda incipiente recuperação econômica norte-americana.

Nos dois partidos, há a expectativa de que os rivais serão vistos pelo eleitorado como culpados pelos cortes, ou que farão concessões antes que os piores efeitos - como um caos no tráfego aéreo ou licenças não remuneradas para dezenas de milhares de funcionários públicos federais - comecem a se fazer sentir, dentro de algumas semanas.

"Deveríamos trabalhar juntos para reduzirmos nosso déficit de forma equilibrada, fazendo cortes de gastos inteligentes e fechando lacunas tributárias para interesses especiais", havia dito Obama na quinta-feira (18).

O Fundo Monetário Internacional (FMI) alerta que os cortes podem representar uma redução de meio ponto percentual no crescimento econômico dos EUA neste ano, com consequências negativas para toda a economia global.

Apesar das previsões sombrias de que os cortes irão ameaçar 750 mil empregos, republicanos e democratas do "baixo clero" parecem ansiosos por uma boa briga. O deputado republicano Lee Terry, de Nebraska, acusou Obama de exagerar as possíveis paralisações de serviços públicos.

A população, segundo Terry, "está ouvindo... que o Armagedon vai começar no sábado: vocês nunca mais vão voar, não podem mais comprar carne nenhuma num supermercado, todo estrangeiro ilegal vai ser libertado, que nossas fronteiras vão ser tomadas por terroristas, e que a Al Qaeda vai se estabelecer em cada cidade dos EUA se isso for adiante".

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