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Plantação de milho nos EUA: cereal será a estrela da temporada 2011/12 | Valterci Santos / Gazeta do Povo
Plantação de milho nos EUA: cereal será a estrela da temporada 2011/12| Foto: Valterci Santos / Gazeta do Povo

Commodities agrícolas têm pequena queda

As cotações das commodities agrícolas registraram pequena queda ontem na Bolsa de Chicago, numa demonstração de que os números divulgados no Outlook Forum já vinham sendo precificados. A soja caiu 2,25 pontos; o milho, 8,25; e o trigo, 17. O mercado continua oferecendo mais de US$ 13, US$ 6,8 e US$ 7,4 por bushel para os contratos de março deste ano.

No mercado brasileiro, as reações tendem a ser mais suaves e, no Paraná, ainda não foram sentidas, observa o analista técnico e econômico da Organização das Cooperativas (Ocepar) Robson Mafioletti. "As atenções se voltam agora para o relatório que o departamento de agricultura (USDA) vai divulgar em 31 de março. Quando os Estados Unidos baterem o martelo sobre a área de plantio, podemos ter maior repercussão nos preços", afirma.

Além dos números do USDA, a melhora do clima para a produção de grãos na Argentina também aumenta a oferta e tende a pressionar os preços, bem como os conflitos na África, que podem interromper algumas negociações, pontua.

Da Redação

Arlington, virginia (EUA) - A safra norte-americana 2011/12, que começa a ser cultivada no mês que vem, terá a maior área plantada dos últimos 13 anos. Conforme estimativa divulgada ontem pelo USDA, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, durante o Agri­cultural Outlook Forum, as oito principais culturas ocuparão 103,07 milhões de hectares neste ano, 3,96 milhões (ou 4%) a mais do que em 2010. O número só perde para 1998, quando a agricultura norte-americana ocupou 105,1 milhões de hectares.

Conforme o economista-chefe do USDA, Joseph Glauber, 94% da extensão prevista para 2011 deve ser coberta com milho, trigo, soja e algodão. O departamento projeta crescimento na área destinada às quatro culturas, com destaque para os dois cereais, que juntos devem ganhar quase 4 milhões de hectares em 2011.

Estrela da temporada, o milho tem plantio estimado em 37,2 milhões de hectares, 1,54 milhão (4,3%) a mais que no ciclo anterior e atrás apenas de 2007, quando os norte-americanos dedicaram 37,8 milhões de hectares ao cereal. O trigo, que ganha espaço nas planícies do Norte e no Meio-Oeste, deve ocupar neste ano 23 milhões de hectares, um salto de 1,4 milhão (6,3%) ante o ano anterior.

"Safrinha"

Puxada pelo crescimento da área de segunda safra, semeada após a colheita do trigo de inverno na porção norte dos EUA, a soja ocupará extensão semelhante à de 2010/11 no país. Nos cálculos do USDA, serão 31,5 milhões de hectares, 240 mil (0,8%) a mais que no ano passado. Desse total, entre 2 milhões e 2,4 milhões de hectares serão cultivados na "safrinha".

"Diferentemente do que aconteceu em 2007, neste ano o milho não cresce às custas da soja, que deve ter área até ligeiramente maior que a do ano anterior. Isso ocorre, em boa medida, por causa da retomada da área de soja de safra dupla. No ano passado, devido ao atraso na colheita do trigo de inverno, tivemos a menor área de ‘safrinha’ desde o fim da década de 70, quando começa a série histórica do USDA", explicou Glauber, durante a plenária de abertura do fórum.

Após uma temporada de preços pouco competitivos, entre 2007 e 2009, o algodão deve retomar parte do terreno perdido nos EUA neste ano. Com 810 mil hectares adicionais, a pluma tem plantio previsto em 5,15 milhões de hectares em 2011/12. Diante dos maiores preços da história no mercado internacional, a fibra deve roubar área da soja, do sorgo e do arroz na porção Sul do país, observou Glauber.

Segundo o representante do USDA, o aumento dos preços no mercado internacional, que incentiva plantios maiores em 2011, deve, em geral, resultar em safras maiores na próxima temporada norte-americana. "Com clima normal na primavera e no verão, a produção de milho, soja e algodão crescerá. Já o trigo, apesar do aumento da área plantada, pode ser prejudicado pelo tempo seco", avaliou Glauber. No entanto, ele ressaltou que, apesar da previsão de aumento no volume de produção, a tendência é que os estoques de grãos dos EUA continuem apertados ao fim do ciclo 2011/12. "A demanda para exportação e para biocombustíveis irá continuar muito forte. A menos que o clima seja absolutamente perfeito e os rendimentos fiquem muito acima da média, os estoque de milho e soja não serão recompostos em 2011/12", avaliou Glauber.

O Outlook Forum 2011 ocorre em Arlington, perto de Washington, e reúne cerca de 2 mil pessoas, representantes da cadeia produtiva do agronegócio de vários países, produtores e consumidores, de alimentos e energia. O evento é organizado pela USDA.

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