Para Merkel, é "crucial" evitar a insolvência da Grécia
Agência Estado
A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, disse ontem que é crucial evitar uma insolvência da Grécia porque as consequências são altamente arriscadas e imprevisíveis com relação ao impacto que teria sobre os bancos e a economia da Europa. Segundo Merkel, é "da maior importância" manter a zona do euro unida.
Em uma conferência econômica regional promovida por seu partido, Merkel elogiou a reforma e os esforços de austeridade da Grécia nos últimos dias, mas pediu que a zona do euro implemente a consolidação orçamentária e se mantenha firme quanto às regras sobre déficit para ajudar a sustentar a zona do euro.
Antes de uma reunião com Merkel, o presidente do conselho de ministros de Finanças da zona do euro, Jean-Claude Juncker, disse acreditar que a Grécia cumprirá as condições para receber o segundo pacote de empréstimos e que serão necessárias medidas de estímulo ao crescimento além de ajustes no orçamento para que o país volte a se sustentar.
Segundo ele, o que foi implementado pelo governo grego inspira confiança, mas o país ainda precisa colocar a economia de volta no trilho. "Ninguém deve pensar que a Grécia vai se recuperar em breve, mas ninguém deve pensar que ela se recuperaria sem nossa solidariedade e uma política de crescimento organizada."
Ainda que tenha dito que um acordo para a reestruturação da dívida da Grécia ajudaria a restaurar o fluxo de crédito e a confiança dos mercados, o diretor-gerente do Instituto Internacional de Finanças (IIF), Charles Dallara, fez questão de ressaltar ontem o que mais precisa ser feito, tanto em conjunto como por cada país da zona do euro: "A Europa precisa continuar a construir muros de proteção".
O IIF reúne cerca de 450 instituições financeiras do mundo todo e organizou um seminário na Cidade do México, onde será realizado neste fim de semana o encontro de ministros das finanças e presidentes de bancos centrais das 20 principais economias do mundo, o G-20.
Dallara afirmou que a crise atual sugere a necessidade do reequilíbrio do modelo regulatório e disse ainda que não está claro se ações adotadas nos países da zona do euro serão capazes de gerar crescimento e emprego.
Em documento apresentado ontem, o IIF afirma ainda que para resolver a situação na zona do euro "é preciso facilitar um crescimento econômico no curto prazo na região". "Juros baixos e liquidez farta não estão sendo transmitidos para a economia real na maioria das economias avançadas", diz o instituto.
Segundo o IIF, os bancos e instituições financeiras ao redor do mundo "continuam a enfrentar desafios significativos em levantar capital com ações, o que tem se traduzido em desvalorização dos papéis de bancos".
Grécia
Ao falar especificamente sobre a Grécia, Dallara disse que o país passa por um processo histórico de reestruturação da dívida, sem precedentes, e que o sucesso de um acordo entre credores privados e setor público vai ajudar a tirar a "nuvem" que paira sobre a economia grega.
"Isso vai ajudar também a restaurar o fluxo do crédito e a confiança dos mercados", afirmou Dallara, durante coletiva para apresentação da "carta de políticas" do IIF ao G-20. Segundo Dallara, é preciso priorizar o diálogo e a coordenação entre os países e os setores público e privados. "Apenas o diálogo e a coordenação entre o setor publico e privado podem ser efetivos", disse. Mas, segundo Dallara, tem havido "sérias fragmentações" entre os países.
Três pilares
De acordo com o documento do IIF, a estratégia para a resolução da crise deve se apoiar em três pilares: mirar o problema da crise soberana na zona do euro; evitar a crise de crédito; e fortalecer a coordenação das políticas internacionais. "Um pacote completo para a Grécia vai reduzir a incerteza e facilitar o retorno da confiança e do crescimento econômico", afirma o texto.
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