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Embora as viagens para a América do Sul sejam a grande onda da recente popularização do turismo internacional, destinos como Estados Unidos e Europa não chegaram a perder espaço na lista de favoritos dos passageiros que deixam o Brasil. De acordo com o Conselho Brasil-Europa de Turismo, o crescimento do número de turistas brasileiros no continente europeu cresceu entre 15% e 20% em 2005, na comparação com o ano anterior, chegando a quase 1,5 milhão de pessoas. Os países mais procurados foram Portugal, Alemanha, França e Espanha.

No mesmo período, as visitas aos Estados Unidos cresceram 26,2% . Passando por cima de barreiras consideráveis, como a sofrida conquista do visto norte-americano, 485,3 mil turistas brasileiros desembarcaram por lá no ano passado. O número surpreendeu até o governo americano, que esperava um crescimento de apenas 10%.

A tendência é de que esses números continuem crescendo, segundo o vice-presidente da seção paranaense da Associação Brasileira de Agentes de Viagens (Abav-PR), Celso José Tesser. "Desde os atentados terroristas de 2001, este é o melhor ano para as vendas internacionais." Ele estima que, em julho, entre 800 e mil curitibanos vão conhecer a Disney – pelo menos 10% a mais que no mesmo período de 2005.

É na Europa e nos EUA que os brasileiros gastam mais. São, portanto, os destinos que mais influenciam na balança comercial do turismo brasileiro – que, a exemplo do que já aconteceu no ano passado, está negativa. Nos quatro primeiros meses do ano, os turistas brasileiros gastaram US$ 1,678 bilhão no exterior, com crescimento de aproximadamente 20% sobre o mesmo período de 2005. Enquanto isso, os estrangeiros deixaram no Brasil US$ 1,559 bilhão.

Apesar de ser o destino mais caro, foi a Europa o palco da primeira viagem internacional da analista de sistemas Sandra Mara Schiochet e de seus pais, Oswaldo e Anita. Os três passaram 12 dias na França, visitando a irmã dela, que mora no país há um ano. "Primeiro ficamos em Paris, por três dias. A cidade é ótima e, com um metrô em cada esquina, pudemos conhecer muita coisa. Depois fomos para o sul da França, onde mora minha irmã", conta Sandra.

Além de conhecer igrejas e castelos do século 11, a família aproveitou para passar pela cidade de Lurdes, localizada ao pé dos Pirineus – uma das principais atrações do chamado turismo religioso. A maioria das lembranças francesas foram compradas em curiosas feiras de quinquilharias onde "as pessoas vendem tudo que não usam mais", diz Sandra. "São pessoas comuns que limpam o sótão e levam as bugigangas para vender na feira. A gente acha coisas incríveis lá, como anéis de ouro a cinco euros."

Estratégia econômica

O bancário Júlio Agari Algodoal é outro curitibano que aproveitou o melhor momento para gastar lá fora suas economias. "Três anos atrás, eu não teria como fazer essa viagem", conta ele. Júlio foi com a esposa aos Estados Unidos, em março, onde visitaram uma amiga que mora na cidade de Fort Collins, no estado do Colorado. "De lá, fizemos um passeio de carro até Las Vegas, que fica a 800 quilômetros. Mais perto de Fort Collins, fomos conhecer o hotel onde rodaram ‘O Iluminado’, filme de terror do Jack Nicholson."

Júlio, que comprou uma boa quantidade de dólares antes da viagem, quase não precisou usá-los nos 12 dias em que ficou nos Estados Unidos. "Quando eu comprei, o dólar estava cotado a R$ 2,25. Mas, em seguida, caiu para R$ 2,10. Em vez de gastar a moeda americana, preferi fazer as compras pelo cartão de crédito, pois assim eu aproveitaria a cotação mais baixa." Os dólares ele guarda até hoje – mas a espera, desta vez, é pela alta das cotações, que deve render ao bancário mais reais do que ele havia trocado antes de embarcar.

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