• Carregando...
Phil Libin, CEO do Evernote: GPS inspirou a criação do app | LeWeb11 @ Les Docks Paris - Creative Commons
Phil Libin, CEO do Evernote: GPS inspirou a criação do app| Foto: LeWeb11 @ Les Docks Paris - Creative Commons

Phil Libin, CEO da empresa Evernote, nos EUA, costumava se perder com certa frequência até o surgimento do GPS. O mapa em um aparelho que dava as coordenadas mudou tudo. E a dificuldade de Libin foi resolvida de repente. "Aí eu pensei: por mais de 100 mil anos, pessoas com senso de direção terrível como o meu sofreram", conta. "Se a tecnologia pode resolver essa parte do meu cérebro, o que mais pode ser útil? O que eu posso fazer?"

O raciocínio levou Phil, um cientista da computação formado na Boston University, para as discussões em torno da memória. A ideia de usar a tecnologia para recuperar lembranças não era algo tão original, como o próprio Libin notou na época. Mas ele persistiu e formou um grupo para estudar o tema. Foi quando um amigo o apresentou para Stepan Pachikov, um empreendedor russo bem conhecido no Vale do Silício que já refletia sobre tecnologia e memória. A empatia foi além da troca de reflexões e do país de origem (Phil nasceu na Rússia e foi para o Estados Unidos aos 8 anos de idade).

Pachikov, doutor em lógica difusa pela Academia das Ciências da antiga União Soviética, já havia desenvolvido um software para reconhecimento de escrita no Newton – um palmtop produzido em 1998 pela Apple, com quem firmara um contrato milionário. Em 2007, o engenheiro de software dava continuidade a um projeto que previa um programa para ajudar as pessoas a armazenar informações. O problema dele era o esquecimento (de nomes, dados ..), e a companhia que ele criou, três anos antes, chamava-se Evernote.

Era hora, para Pachikov, de buscar um líder para a empresa. Libin apareceu exatamente nesse momento. Libin tinha o entusiasmo e o sangue empreendedor de que a companhia precisava. Seu currículo ia de montagem de computadores na garagem da casa dos pais, aos 17 anos de idade, à fundação de duas empresas: a Engine 5, que fazia software para e-commerce e foi vendida por US$ 26 milhões, e a CoreStreet, de software de certificados digitais.

Em 4 de julho de 2007, as equipes de Libin e de Pachikov se reuniram. "Decidimos que em nove meses lançaríamos o produto. E exatamente no último dia do prazo ele foi lançado", conta Alex Pachikov, filho de Stepan e hoje vice-presidente de parcerias.

Ali aconteceu a recriação da empresa Evernote, na avaliação de Libin, que ficou com o cargo de presidente executivo (CEO) da empresa. Uma equipe de 13 pessoas deu vida a um aplicativo de bloco de notas que conquistou 2 milhões de usuários em dois anos Seu grande atrativo: fazer as notas armazenadas no celular aparecerem também no computador, na mesma hora.

A empresa tem hoje 38 milhões de usuários, dos quais 600 mil estão no Brasil. No último ano, o número de empregados saltou de 85 para 230 e o de desenvolvedores que usam a plataforma Evernote, de 5 mil para 15 mil.

A sede fica em Redwood City, no coração do Vale do Silício. Seguindo o padrão do Vale, no escritório do Evernote não há salas especiais para funcionários seniores. A mesa de Libin é mais uma em meio a várias. Pode-se desenhar nas paredes, e as férias são ilimitadas, desde que o funcionário cumpra seu trabalho.

O objetivo das regalias é ter uma equipe empenhada em aperfeiçoar o bloco de notas e outros sete produtos secundários da empresa, entre os quais estão o Evernote Food, aplicativo para armazenamento de experiências com comida, e Evernote Hello, uma agenda de contatos.

A partir do bloco de notas, a companhia quer ser o "cérebro externo" do usuário – um lugar em que se pode armazenar e recuperar a qualquer momento informações, recibos, fotos e contatos. Qualquer coisa.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]