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Embora os juros reais no Brasil estejam no nível mais baixo em 17 anos, ainda há espaço para novos cortes na taxa básica de juros, segundo três ex-presidentes do Banco Central, reunidos ontem em um seminário no Rio de Janeiro. Armínio Fraga, Gustavo Franco e Pérsio Arida defenderam cortes mais intensos na taxa Selic. Para isso, no entanto, o governo deve fazer o dever de casa, controlando gastos, para evitar o aumento de preços no mercado doméstico.

Armínio Fraga lembrou que o Banco Central não prometeu cortar a Selic, mas tem avaliado, a cada reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que há espaço para novas reduções. "Não há uma promessa [de corte de juros]. Só que dessa vez o Banco Central está tendo ajuda da área fiscal e alguma ajuda também da área de crédito", afirmou Fraga, durante seminário promovido pelo Instituto Teotônio Vilela, que reuniu a cúpula do PSDB.

Gustavo Franco concorda que o Brasil pode ter juros menores, contanto que o governo faça um esforço fiscal para impedir que um corte mais contundente na Selic dê impulso à inflação. "Hoje, mal conseguimos um superávit primário de 3% [do PIB, o Produto Interno Bruto]. Se ele fosse o dobro, 6% ou 7% do PIB, talvez conseguíssemos produzir uma redução de juros significativa sem produzir inflação."

Na visão de Pérsio Arida, uma queda mais contundente na taxa básica de juros poderia levar a um aumento da poupança pública, e os recursos adicionais poderiam ser convertidos em investimentos. "O governo é um grande devedor. Com a redução na taxa de juros, aumentaria a poupança pública, que poderia ser usada para obras de infraestrutura, ou mesmo para desoneração fiscal", afirmou Arida.

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