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“Meu trabalho era entender o que o cliente queria e passar o briefing certo para a agência. Agora trabalho nesse sentido procurando entender o que exatamente os clientes querem", Renata Rocha (de rosa), que trocou a rotina de agências pela vida de empresária e criou o site de e-commerce Chic pra Cachorro ao lado da colega Cláudia Zilli | Priscila Forone / Gazeta do Povo
“Meu trabalho era entender o que o cliente queria e passar o briefing certo para a agência. Agora trabalho nesse sentido procurando entender o que exatamente os clientes querem", Renata Rocha (de rosa), que trocou a rotina de agências pela vida de empresária e criou o site de e-commerce Chic pra Cachorro ao lado da colega Cláudia Zilli| Foto: Priscila Forone / Gazeta do Povo

Se estivesse concorrendo a uma vaga de diretor de marketing de uma multinacional, com certeza Délio Canabrava estaria qualificado para o cargo. Afinal, em seu currículo consta graduação em Design pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), pós-graduação em Marketing pelo Centro Universitário FAE e mestrado em Teoria do Design em Londres. No entanto, Canabrava decidiu abandonar a vida dentro de uma sala comercial, sentado em frente a um computador, para se dedicar a empreendimentos no ramo gastronômico. "Esse cenário me desagradava muito. Durante três anos em Londres, eu estudava de dia e trabalhava em restaurantes à noite. Foi lá que desenvolvi a minha paixão por gastronomia", conta.

Canabrava deixou de lado a agência de publicidade, mas não os ensinamentos adquiridos nos três cursos e nos seis anos em que exerceu a profissão de design. De acordo com o empresário, os conceitos de criação e projetos são aplicados diariamente em seus quatro restaurantes – Cantina do Délio, Banoffi, Canabenta e Estofaria. "O ramo exige muita coisa de design. Não trabalho na prancheta e nem no computador, mas a minha tarefa é criativa o tempo todo", afirma. "A criatividade é aplicada no cardápio, na cozinha, no atendimento, na arquitetura e até mesmo no jardim. Não quero que os clientes venham só pela comida, mas pelas situações e sensações criadas. É isso que traz diferencial para o negócio", descreve.

Cerveja

Não é difícil encontrar gente que, assim como Canabrava, levou a sua experiência publicitária para o empreendimento próprio. "O negócio necessita de diferenciação. A publicidade ajuda a fugir do óbvio, coisa de que o cliente está atrás", diz o ex-publicitário e hoje empresário Douglas Salvador, dono do Clube do Malte. Aberto há cerca de um ano e meio, o bar é especializado em cervejas. Para administrá-lo, Salvador aplica o que aprendeu na especialização em marketing e, principalmente, a experiência de 12 anos em importantes agências de publicidade de Curitiba, como a Master, CCZ e WOW, da qual foi sócio.

O empresário diz que, no dia a dia do Clube do Mate, utiliza outros dois pontos importantes desenvolvidos na época de publicitário, além dos próprios conhecimentos de marketing: o dinamismo e o conhecimento em várias áreas. "O ritmo de agência é acelerado e se faz várias coisas ao mesmo tempo. O fato de ter uma boa noção de várias áreas como vendas, produtos, administrativo e comercial também é importante. E, claro, a publicidade ajuda a criar técnicas para ampliar as vendas", argumenta.

Até mesmo a ideia de abrir o negócio surgiu dentro da agência, quando atendia a conta de uma marca de cerveja. "Fiz o diagnóstico e identifiquei esse mercado com potencial de crescimento", conta Salvador, com linguagem técnica do segmento publicitário. O mercado de cervejas especializadas cresce 20% ao ano, enquanto o de cervejas tradicionais, apenas 2%.

Para cachorro

A publicitária Renata Rocha também trocou a rotina de profissional de atendimento em uma das maiores agências de publicidade do estado pela vida de empresária. Em 2007, abriu uma empresa de logística de comunicação e, há pouco mais de um mês, criou um site de e-commerce. O Chic pra Cachorro (www.chicpracachorro.com.br), como o próprio nome indica, é especializado em artigos de luxo para cães e foi criado em parceria com a também publicitária Cláudia Zilli. "Sempre tive vontade de trabalhar fora da área de comunicação. E também sempre fui apaixonada por cachorros. Comecei a pesquisar oportunidades de negócio e encontrei esse, que une o útil ao agradável", conta Renata. Mas ela garante que não abandonou de vez as práticas da agência – e aposta que isso faz toda a diferença no seu negócio.

Além de planejamentos de comunicação e mídia, Renata diz que trouxe da experiência com a publicidade para a sua empresa o know-how para entender o que querem seus clientes. "Meu trabalho era entender o que o cliente queria e passar o briefing certo para a agência. Agora trabalho nesse sentido procurando entender o que exatamente os clientes querem", diz. Para isso, mantém contato direto com os clientes depois da compra, que inclui trocas de e-mails, pesquisas de satisfação e um banco de dados sobre o comprador e seu animal de estimação.

Renata diz que isso vem garantindo um bom índice de satisfação dos clientes do site, há pouco mais de um mês no ar. "Esse contato não é comum nas compras virtuais. Mas o retorno das pessoas é muito bom e já temos vários casos de pessoas que compraram mais de uma vez. Temos a preocupação de um pós-venda bem feito e uma boa comunicação com o cliente", comemora.

"Minha agência"

No caso de Canabrava, a bagagem na área de marketing serve ainda para supervisionar o trabalho dos fornecedores. Hoje, a rede de restaurantes tem uma agência de publicidade que é coordenada pelo empresário. "Eu funciono como um diretor de arte, passando exatamente o que quero, qual o conceito que deve ser abordado", diz Canabrava.

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