• Carregando...
O Paraná produziu uma de suas melhores safras em 2008, colhendo 3,19 milhões de toneladas | Daniel Castellano/Gazeta do Povo
O Paraná produziu uma de suas melhores safras em 2008, colhendo 3,19 milhões de toneladas| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

O plantio de trigo em regiões importantes para o cereal no Paraná pode crescer cerca de 6 por cento em 2009, devido à expectativa de bom retorno financeiro com a cultura, apontam levantamentos de duas cooperativas com atuação relevante no Estado que é o maior produtor do grão no Brasil.

O índice do aumento da semeadura, estimado tanto por técnicos da Coopavel, com sede em Cascavel (oeste), como pelos da Coamo, em Campo Mourão (centro-oeste), supera a previsão do governo estadual, que projeta 1,15 milhão de hectares de área plantada no Paraná neste ano, estável ante 2008.

O crescimento do plantio, segundo o setor produtivo, deve ocorrer também pela perspectiva de que se repitam as produtividades obtidas no ano passado.

"O produtor teve boa resposta de qualidade e produtividade em 2008 e está acreditando nisso de novo", afirmou o diretor-presidente da Coopavel, Dilvo Grolli, em entrevista à Reuters, considerando esse fator como o principal motivo da empolgação do agricultor com o trigo.

O Paraná produziu uma de suas melhores safras em 2008, colhendo 3,19 milhões de toneladas, segundo o Deral (Departamento de Economia Rural), que projeta para 2009 aproximadamente 3 milhões de toneladas.

Considerando o aumento esperado de área de 6 por cento pela Coopavel, o plantio de trigo na região de Cascavel poderia subir para 66 mil hectares, garantindo, em condições normais de clima, uma produção superior aos 131 mil toneladas que a cooperativa recebeu em 2008, quando registrou aumento expressivo em relação às 72 mil toneladas verificadas em 2007.

"O segundo motivo para um maior plantio é que está sinalizando um preço de trigo acima dos 28,80 reais por saca do preço mínimo", destacou Grolli.

A semeadura paranaense ainda não ganhou força, com a maioria dos agricultores se dedicando ao plantio da safrinha de milho.

Colhendo metade da safra nacional, o Paraná tem uma posição importante para o país tentar compensar, com a produção doméstica, os problemas verificados desde o ano passado com a oferta escassa do cereal da Argentina, o tradicional fornecedor ao Brasil, que consome aproximadamente 10 milhões de toneladas e importa boa parte.

Safrinha perde área

De acordo com Grolli, se o trigo ganha área plantada, o milho segunda safra (safrinha) está perdendo aproximadamente 5 por cento em relação ao plantio de 60,6 mil hectares semeados em 2008 na área da Coopavel.

"O produtor não plantou a safrinha total porque ele está indo mais na segurança", afirmou ele, explicando que os agricultores da região não podem correr o risco de plantar em áreas mais problemáticas após as elevadas perdas na safra de verão.

Só na região da Coopavel, onde os prejuízos pela estiagem do ano passado estão entre os mais elevados do Estado, de acordo com dados apurados pela expedição técnica Rally da Safra, a quebra de safra de soja foi de 20 por cento em relação à expectativa, e no caso do milho de verão, de 30 por cento, disse Grolli.

Cerca de 70 por cento do milho de verão foi colhido na área da Coopavel, enquanto a colheita da soja atingiu 40 por cento da área esta semana.

Na área da Coamo, com sede em Campo Mourão, a queda da safrinha de milho será ainda maior em relação a 2008, de 7,3 por cento, para 405 mil hectares, enquanto a semeadura de trigo está estimada em 290,2 mil hectares, ante 273 mil hectares em 2008, alta de 6 por cento.

"A queda na safrinha ocorreu pelo desestímulo do preço. O produtor buscou menos risco e deve ampliar a produção de trigo", afirmou o diretor-presidente da Coamo, José Aroldo Gallassini.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]