A previsão de um crescimento em torno de 4,5% no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro este ano está ligada, em parte, ao Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). Para especialistas, mesmo que não esteja caminhando à toda velocidade, o PAC traz a expectativa de implantação de obras bastante esperadas e motiva novos investimentos.
Mas certamente não é só o PAC. O cenário internacional e o desempenho da política econômica brasileira tem uma boa dose de contribuição na previsão de aumento do PIB. "Existe muito dinheiro em circulação no mundo atualmente. Com a queda na taxa de juros, esse dinheiro sai do mercado financeiro e vai para investimentos em produção", diz a analista de negócios da Go 4 consultoria, Karina Cordeiro. Para ela, este é um ano decisivo se o PAC não quiser decepcionar. "Se não começar a ser efetivado agora, dificilmente fará metade do que prometeu." De acordo com um levantamento da ONG Contas Abertas, até abril foi aplicado efetivamente R$ 1 bilhão dos R$ 7,5 bilhões previstos pelo PAC. Ou seja, 13% do total programado.
"O PAC tem o efeito indutor de existir um plano de ações para acompanhar o aumento da possibilidade de crédito e do consumo doméstico, sem que se formem mais gargalos", diz Ingo Plöger, presidente da IP Desenvolvimento Empresarial e Institucional, de São Paulo. Mas, comparando o plano com uma competição esportiva, Plöger considera que o governo não está merecendo medalha. "Talvez um bronze pela aprovação da Hidrelétrica do Madeira e de Angra 3. Depois de anos discutindo o assunto, o governo mostrou alguma pressa em definir estas situações pendentes. Mas é preciso fazer mais." Assim como a criação do plano gera uma expectativa positiva, a não concretização dele tem o efeito inverso, lembra o consultor.
(PK)
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