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Açúcar está mais caro no exterior e teve mais embarques no Paraná em 2010 | Dirceu Portugal/ Gazeta do Povo
Açúcar está mais caro no exterior e teve mais embarques no Paraná em 2010| Foto: Dirceu Portugal/ Gazeta do Povo

O Paraná exportou quase US$ 1,5 bilhão em agosto, o melhor resultado mensal desde julho de 2008. O número superou em 5% o do mês anterior e em 31% o de agosto de 2009. Mas, ainda assim, não foi suficiente para reduzir a distância que separa os desempenhos do estado e da média nacional: as exportações totais do Brasil, que somaram US$ 19,2 bilhões no mês passado, cresceram 9% e 39%, respectivamente, nessas mesmas comparações.

O descompasso entre Paraná e Brasil ficou evidente logo nos primeiros meses do ano, e persiste. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), de janeiro a agosto o país vendeu ao exterior US$ 126,1 bilhões em mercadorias, com alta de 29% sobre o mesmo período de 2009. No Paraná, cujas exportações somaram US$ 9,3 bilhões, a alta foi menor, de 18%. Além disso, enquanto as vendas brasileiras estão quase "empatadas" com os níveis recordes de 2008 – o patamar atual é apenas 4% inferior –, no Paraná os embarques ainda estão 14% abaixo de seu melhor momento.

Há dois motivos principais para essa diferença. O primeiro se chama minério de ferro e o segundo, petróleo. O estado não produz essas duas commodities e, portanto, não se beneficia da forte alta de suas cotações internacionais em 2010 – valorização que tem sido o principal combustível para a retomada das exportações brasileiras.

A série do MDIC revela que o preço médio que o Brasil está recebendo pelo minério de ferro em 2010 é 48% superior ao do ano passado e 67% maior que o de 2008. No caso do petróleo bruto, a cotação média de venda ainda está 30% abaixo dos níveis de dois anos atrás, mas subiu cerca de 70% em relação a 2009. Como nos dois casos as quantidades exportadas pelo país são recordes, o faturamento com as vendas disparou (veja quadro nesta página) e empurrou para cima o resultado total do comércio exterior brasileiro.

Por outro lado, o valor médio que os paranaenses recebem por sua principal commodity recuou nos últimos dois anos. O faturamento com os embarques da soja em grão só cresceu nesse mesmo período porque a baixa das cotações foi compensada pelo aumento na quantidade exportada.

Entre os dez principais grupos de produtos exportados pelo Paraná, apenas dois já superam as melhores marcas registradas no período "pré-crise": oleaginosas, da qual a soja faz parte, e açúcares – esta última categoria é impulsionada tanto pela disparada dos preços no exterior quanto pelo crescimento dos volumes embarcados.

O faturamento do Paraná com a exportação de açúcar, que somou US$ 321 milhões de janeiro a agosto de 2008, subiu para US$ 422 milhões no mesmo período de 2009 e atingiu US$ 575 milhões em 2010. Mesmo nesse caso, no entanto, o Paraná também leva desvantagem em relação ao conjunto de todos os estados. A exportação brasileira de açúcar cresceu em ritmo bem mais forte nesse intervalo – ela mais que dobrou desde 2008 –, acentuando ainda mais a diferença entre o desempenho nacional e estadual.

Menos manufaturados

Com o aumento nos embarques paranaenses de soja, açúcar e milho na passagem de julho para agosto, caiu a proporção de manufaturados – produtos industrializados de maior valor agregado – nas exportações do estado. Em agosto, essas mercadorias responderam por apenas 40% das receitas, o terceiro pior desempenho do ano. No acumulado de 2010, 43% das vendas ao exterior foram de produtos manufaturados. O resultado é melhor que o de 2009 (37%), mas representa uma retração em relação à média dos últimos dez anos (48%).

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