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A Ibema, fabricante de papel-cartão com sede em Turvo, na região central do Paraná, planeja abrir seu capital dentro de 60 a 90 dias. A empresa, que havia adiado o projeto desde o ano passado, vai lançar suas ações no Bovespa Mais, segmento de listagem de balcão da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros (BM&FBovespa), que abriga empresas de pequeno e médio porte.

A intenção é capitalizar a empresa inclusive para futuras aquisições, segundo Clécio Chiamulera, diretor financeiro e administrativo da empresa. A expectativa é atrair fundos de private equity e levantar cerca de R$ 100 milhões.

A Ibema chegou a negociar uma fusão em 2011 com a paulista Papirus, que também atua no setor, mas as conversas foram suspensas em meio à crise internacional. Na época, as duas juntas planejavam faturar R$ 600 milhões.

O objetivo da Ibema é ganhar corpo em um mercado de gigantes, como Klabin e Suzano, cada uma com cerca de 26% do mercado. A abertura de capital vem sendo pensada desde 2008. "Já adotamos práticas de governança corporativa. Mas é importante para a empresa estar listada porque representa credibilidade no exterior", diz. A Ibema deve fechar o ano com faturamento de R$ 250 milhões, 13% superior ao do ano passado.

As regras de listagem do Bovespa Mais são semelhantes às do Novo Mercado e, da mesma forma, as empresas nele listadas assumem compromissos de padrões de governança corporativa e transparência com o mercado. Mas ao contrário do Novo Mercado, não há exigência de um mínimo de ações em circulação no momento da listagem. No entanto, as empresas deverão, ao longo de sete anos a partir da listagem, atingir o mínimo de 25% de ações em circulação ou o patamar mínimo de dez negociações/mês e presença em 25% dos pregões.

De acordo com Chia­mu­lera, a empresa vive um bom momento no mercado internacional. As exportações de papel-cartão – usados em em­balagens de alimentos, cosméticos, produtos farmacêuticos, roupas e calçados, dentre outros – vêm melhorando ao longo de 2012. "O câmbio ajudou. E como mantivemos nossos clientes mesmo durante o dólar desfavorável, agora estamos em uma situação melhor".

As exportações devem responder neste ano por 35% da produção da fábrica, de 85 mil toneladas. No ano passado, essa proporção foi de 25%. A Ibema exporta para América do Sul, Europa e América Central, principalmente. "Com a crise, muitas fábricas no exterior fecharam suas as portas. Agora conseguimos substituir as vendas delas", diz Chiamulera.

Natal

O mercado interno, porém, continua a frustrar as expectativas. As encomendas do Natal estão muito próximas dos volumes do ano passado, que, segundo o executivo, já foram fracos. A previsão é encerrar o ano com uma queda de 5% nas vendas no Brasil em relação a 2011.

De acordo com ele, as importações ganharam espaço no mercado interno com o dólar fraco e muitos clientes passaram, nos últimos anos, a comprar diretamente do exterior. Com o mercado interno menos aquecido, a empresa demitiu 50 pessoas da fábrica, que hoje emprega 700 trabalhadores.

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