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| Foto: RebeccaCook/Reuters

Para salvar a Ford

A norte-americana Ford Motor apresentou ontem ao Congresso dos EUA um plano detalhado para seu resgate financeiro em longo prazo, que inclui um investimento de US$ 14 bilhões em alta tecnologia nos próximos sete anos. A empresa apresentou o plano exigido pelo Congresso antes mesmo de este examinar uma estratégia de resgate de US$ 25 bilhões para a indústria automotiva como um todo. O executivo-chefe da Ford, Alan Mulally, disse que vai reduzir seu salário para US$ 1 por ano se a Ford vier a utilizar dinheiro público. No terceiro trimestre deste ano, a Ford teve um prejuízo de US$ 129 milhões.

A demissão de 430 funcionários da Volvo na última segunda-feira é apenas uma amostra de como a crise financeira levará a um enxugamento no emprego nos setores automotivo e metal-mecânico. Dados preliminares de uma pesquisa que está sendo feita pelo Sindicato da Indústria Metal-Mecânica do Paraná (Sindimetal) mostra que as empresas dessa área estimam dispensar cerca de 12% de seus funcionários no último trimestre do ano.

O Sindimetal distribuiu um questionário para seus 160 associados. Até ontem, 38 haviam respondido. Essas companhias, que somavam 5,7 mil funcionários até setembro, informaram já ter demitido 440 pessoas nos últimos dois meses. Para dezembro, estimam dispensar outros 240 trabalhadores. "É muito preocupante, porque a redução nos quadros de funcionários deve continuar em 2009", diz o presidente do Sindimetal, Roberto Karam.

A estimativa de Karam é de um enxugamento de 20% nas folhas de pagamento do setor até o começo do ano que vem. Ele explica que as empresas vinham contratando novos funcionários para dar conta de uma demanda em expansão. Agora, há um cenário com exportações em queda livre e falta de crédito. "Houve uma curva para cima entre julho de 2007 e setembro deste ano. Agora devemos retornar para o patamar do início de 2007. Não chega a ser uma recessão, mas infelizmente o nível de emprego vai recuar."

O presidente do Sindicato da Indústria de Autopeças do Paraná, Benedicto Kubrusly Júnior, também projeta um recuo que se prolongará por alguns meses. Ele comenta que o setor depende do ritmo das montadoras porque trabalha em sistema "just in time", ou seja, produz as peças que são necessárias nas linhas de montagem. "Há uma oferta de 780 mil carros em lojas de usados e outros 280 mil nos pátios das montadoras. Vai levar um tempo para o estoque ser absorvido e depois o setor vai se ajustar à nova demanda", analisa Kubrusly.

A representação nacional do Sindipeças apresentou ontem uma nova estimativa para os resultados de 2008. A entidade reduziu de 9,6% para 6,3% a previsão de crescimento do faturamento do setor. Essa indústria deve encerrar o ano com 223,7 mil trabalhadores, o que representará um crescimento de 3,2% sobre 2007, mas uma redução em relação a setembro quando empregava 231,9 mil pessoas. (GO com agências)

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