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O Facebook divulgou que os anúncios móveis representaram 59% de sua receita publicitária no primeiro trimestre. | Dado Ruvic/Reuters.
O Facebook divulgou que os anúncios móveis representaram 59% de sua receita publicitária no primeiro trimestre.| Foto: Dado Ruvic/Reuters.

Duas gigantes da internet anunciaram recursos para tentar ganhar espaço no concorrido mercado da web. O Facebook está testando uma ferramenta para permitir que seus usuários façam compras diretamente na rede social.

Já a Amazon estaria testando um serviço de assinatura do Kindle que oferecerá um número ilimitado de livros digitais por mês a US$ 9,99 - similar ao sistema utilizado pelo Netflix para séries de TV e filmes -, segundo o site Gigaom.

Maior rede social do mundo, com 1,2 bilhão de usuários, o Facebook está testando com pequenas e médias empresas nos Estados Unidos o botão "comprar", que permite fazer compras diretamente em anúncios ou posts.

Privacidade

A empresa está tentando manter o mesmo ritmo dos rivais Twitter e Google, com a inclusão de novas ferramentas de comércio. Para isso tem tentado desenvolver diferentes recursos para elevar sua receita com publicidade.

Em um post em seu blog, o Facebook disse que as informações de cartão de débito ou crédito dos usuários não serão compartilhadas com outros anunciantes e afirmou a importância da privacidade. "Construímos esse recurso com a privacidade em mente, e demos passos para fazer com que o pagamento seja feito de forma segura."

Biblioteca virtual

Já a Amazon, segundo informou o site Gigaom na quarta-feira, está testando um serviço de assinatura de livros e audiolivros digitais chamado Kindle Unlimited. Por US$ 9,99, o assinante terá acesso a mais de 600 mil títulos.

A maior parte das páginas de teste sobre o serviço foram retiradas da internet na quarta-feira, depois de que alguns usuários do fórum de discussão Kindle Boards começarem a falar sobre elas. O Gigaom lembra que há dois meses havia rumores sobre o serviço, que competiria com os serviços similares e já existentes Scribd e Oyster.

Uma das páginas disponíveis na internet ontem sobre o novo serviço informava que 638.416 títulos - sendo 7.351 em áudio - estariam disponíveis para os assinantes. Entre eles, as séries "Jogos vorazes" e "Harry Potter".

De acordo com o Gigaom, participam do serviço editoras como Algonquin, Bloomsbury, Harvard University Press, Houghton Mifflin Harcourt, Open Road Media, W.W. Norton e Workman.

A colunista da Bloomberg Virginia Postrel destaca que esse novo modelo de assinatura da Amazon faz sentido, mas é difícil de decolar. "As editoras detestam e os contratos sobre royalties tendem a não se adequar muito bem a isso." Mas, lembra a colunista, com o acordo da Apple para pagar até US$ 450 milhões para dar fim a casos federais e estaduais contra fixação de preços de e-books, a precificação de livros está em mudança.

Acordo

Desde setembro de 2012, três grandes editoras - Hachette, HarperCollins e Simon & Schuster - mantêm um acorde antitruste que as proíbe de restringir os preços de venda no varejo de e-books. Este acordo, afirma Virginia, expira em setembro e por isso Amazon e Hachette estão em negociação há alguns meses. A Simon & Schuster também mantém conversações com a Amazon, informou na terça-feira Les Moonves, diretor executivo da empresa-mãe CBS Corp.

"As notícias do modelo de assinatura do Kindle sugerem exatamente o que pode estar em jogo. Editoras lideradas pela Hachette, cujo contrato com a Amazon está em primeiro lugar, querem de volta o controle sobre os preços de varejo. Já a Amazon quer manter sua capacidade não só para reduzir os preços, mas para experimentar modelos inteiramente novos. Agregar e-books em uma assinatura, da mesma maneira que o Amazon Prime ou Netflix com pacotes de vídeo, é um modelo promissor", afirma a colunista da Bloomberg.

Segundo matéria recente do jornal espanhol "El País", a guerra comercial entre Amazon e editoras se divide em várias frentes de batalha. Nos EUA, há um conflito com a filial do grupo Hachette sobre a divisão das porcentagens entre o vendedor e o editor dos livros. Com a falta de um acordo, a Amazon tomou uma série de medidas - atrasar o envio, subir o preço ou retirar o botão de pré-venda - contra os títulos da editora, afetando autores tão conhecidos como J.K. Rowling.

Na Alemanha, há um enfrentamento similar com as filiais do grupo sueco Bonnier. A Amazon já controla cerca de 60% do mercado de livros nos EUA. No caso dos livros eletrônicos, o domínio é ainda maior: 65%.

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