O Facebook vive de publicidade. Dos US$ 2,9 bilhões que a rede social faturou no segundo trimestre deste ano, US$ 2,68 bilhões vieram de anúncios ou outras ferramentas de marketing. Para fazer esses números crescerem, a empresa tem, cada vez mais, buscado formar uma rede de parceiros que ajude companhias de pequenas a grandes a conversar melhor com seus consumidores dentro da plataforma. Uma prova desse esforço será apresentada nesta semana no Brasil.
A rede social está lançando, pela primeira vez na América Latina, um programa de aceleração de startups que trabalham com tecnologias voltadas para marketing. O objetivo é engrossar o seleto grupo dos chamados "desenvolvedores preferidos de marketing" (ou PMD, na sigla em inglês), que tem cerca de 200 empresas de 45 países.
Nove empresas, selecionadas entre 20, vão participar, na quinta e na sexta-feira, de uma maratona hacker. Será um momento para mergulhar em códigos e discutir aplicações. Dali sairão as mais inovadoras que podem ser nove ou menos. Os negócios das startups se encaixam em gerenciamento de páginas de marcas e anúncios, aplicativos ou análise de dados.
Hoje, há sete brasileiras no time das já PMDs. Mas elas não passaram por nenhum tipo de aceleração. Tiveram de mostrar seu potencial na marra. Gustavo Cury, fundador da Superare, passou três meses inteiros se preparando para a candidatura do processo normal. "São muitas regras e é preciso estar em conformidade com todas elas", conta.
O caminho percorrido por Cury deverá ser diferente para as empresas que participarem da aceleração. Nesse período, que deve durar no mínimo três meses, a rede social promete passar diversas orientações desde o modelo de negócios até a parte tecnológica. A assistência ocorrerá na sede ou remotamente, no caso das startups localizadas em outra cidade.
A Biônico, especializada em anúncios para a rede social, é uma das nove selecionadas. Criada em maio de 2013 em Florianópolis, a empresa tem uma ferramenta capaz de entregar e gerenciar milhares de anúncios ao mesmo tempo na plataforma. Essa é uma empresa, dentre várias startups, que faz na rede social o que o próprio Facebook não faz. "Por ser uma empresa global, a gente não tem condições de ter esse alcance granular no mercado", diz Renato Goulart, responsável pela área de PMD na América Latina.