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Paris – Na apresentação dos planos da Renault para os próximos quatro anos, o presidente da empresa, Carlos Ghosn, dedicou alguns minutos para falar especialmente sobre a filial brasileira. Nenhuma outra subsidiária teve tanta atenção, o que dá uma idéia da preocupação da montadora com suas atividades no país. Mas, de maneira clara e direta, Ghosn fez questão de assumir que a responsável pelo fracasso é a própria Renault.

"Não renovamos suficientemente a linha produzida no Brasil. Isso gerou um círculo vicioso." Sem renovação, disse Ghosn, as vendas ficaram estagnadas. Isso acabou com a possibilidade de lucros, o que, por sua vez, fez com que a filial deixasse de ser prioridade. E os resultados apresentados à matriz, claro, ficaram cada vez mais fracos para.

De acordo com o executivo, a linha de produtos não foi renovada por incapacidade da empresa em lidar com um mercado que reúne altas taxas de juros a um câmbio flutuante que, de uma hora para outra, pode sofrer grandes variações. Outro problema é que a montadora se resignou com a crise do mercado automobilístico brasileiro, no início da década, e acabou pega de surpresa por sua recuperação nos últimos dois anos.

Resultado: em 2004, a empresa caiu pela primeira vez da quinta posição no mercado brasileiro, posto que ocupava desde sua estréia no país, em 1999. No ano passado, ela recuou novamente, de sexto para oitavo lugar. Vendeu 45,1 mil unidades no mercado interno, o equivalente a 2,9% do total de automóveis comercializado no Brasil. Muito pouco para quem já teve 4,5% e um dia sonhou em desbancar a Ford do quarto lugar.

A ociosidade da fábrica de São Jose dos Pinhais está em cerca de 70% – incluindo a Nissan, empresa também administrada pelo grupo Renault, foram fabricados 60,5 mil veículos em 2005, frente a uma capacidade para produzir até 250 mil carros por ano. A média mundial da Renault é de 60%. Os 3 mil funcionarios trabalham em apenas um turno – o segundo foi extinto há quatro anos. (FJ)

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