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Com a chamada Revolução dos Cravos (golpe militar que derrubou o regime político que vigorava em Portugal), em 25 de abril de 1974, a família de Antônio Silvestre Ferreira foi expropriada de suas terras no Baixo Alentejo, onde trabalhava há décadas com pecuária e produção de uvas. A saída foi emigrar para o Brasil, onde o objetivo inicial era adquirir uma propriedade no Rio Grande do Sul, onde poderia se manter na viticultura.

No entanto, de passagem pelo Paraná para visitar um amigo em Paranavaí, Silvestre Ferreira, que é médico-veterinário, lembra ter ficado bem impressionado, no caminho, com o relevo, o solo argiloso e o clima da região de Maringá. Decidiu investir ali, onde comprou terras para a implantação de um projeto de suinocultura e também de produção de uvas. Nessa época, por alguns anos, foi também professor do curso de Zootecnia na Universidade Estadual de Maringá (UEM).

O produtor atuou alguns anos com suínos mas deixou essa atividade para se dedicar exclusivamente às uvas e também ao processo de vinificação. A exemplo das uvas, seus vinhos – com a marca Aljôfar – chegaram às gôndolas de supermercados do Paraná e de outros estados.

Mudança

Com a retomada das terras em Portugal, parte da família retornou para aquele país. A morte do pai, em 1999, mudou o destino de Antônio Silvestre Ferreira, que decidiu se desfazer dos negócios em Maringá e voltar para a Europa.

Ele diz que o tempo vivido no Brasil foi valioso, principalmente sob o ponto de vista do aprendizado. "O jeito brasileiro de enfrentar os desafios me ensinou muito e está sendo de grande valia nessa minha nova empreitada", completou.

Silvestre Ferreira passa a maior parte do tempo em Ferreira do Alentejo e, nos finais de semana, vai ao encontro da família, que reside em Lisboa. Ele é casado com Míriam, uma maringaense cujo falecido pai, Oswaldo Moraes Corrêa, foi presidente da Cocamar nos anos oitenta. O casal tem quatro filhos, todos nascidos em Maringá. (RR)

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