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O presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), Ben Bernanke, afirmou que se o sistema bancário se estabilizar, a recessão deve terminar no final deste ano, seguindo-se pelo retorno em 2010 do forte crescimento.

Em resposta a perguntas feitas após discurso no Conselho de Relações Exteriores, Bernanke admitiu que a recessão tem surpreendido por sua severidade. Ainda assim, ele disse que a economia irá recuperar-se, diante de sua solidez subjacente, e que a maior incerteza é sobre quando isso ocorrerá.

Bernanke comentou sobre medidas que acredita ajudarão a evitar crises financeiras no futuro, dizendo que o momento para tais discussões tornou-se presente, uma vez que as autoridades enfrentam a pior crise econômica desde a década de 1930. No discurso, Bernanke atribuiu parte da culpa da crise aos Estados Unidos e outras grandes economias que falharam em investir com prudência o grosso fluxo de capital que começou há mais de uma década.

"A responsabilidade de usar o resultante fluxo de capital com eficiência era, primariamente, dos países recebedores, particularmente os Estados Unidos", afirmou Bernanke. A "deficiência" dos EUA e de outras grandes economias em fazê-lo "conduziu a uma potente reversão no sentimento dos investidores e interrupção do mercado de crédito", afirmou.

O presidente do Fed disse que "no curto prazo, os governos em volta do mundo devem manter ações eficientes e, quando apropriado, coordenadas para restaurar o funcionamento dos mercado financeiros e o fluxo de crédito". Nos Estados Unidos, as autoridades estão determinadas a "assegurar que as instituições financeiras importantes sistematicamente continuem sendo hábeis para atender a seus compromissos", disse.

"Até que estabilizemos o sistema financeiro, uma recuperação econômica sustentada permanecerá fora do alcance", observou Bernanke. Mas o presidente do Fed assinalou ser cedo para considerar reformas de longo prazo, incluindo - nos EUA - colocar a responsabilidade de enfrentar um possível risco sistêmico por meio de uma autoridade, como o Fed.

Bernanke descreveu quatro medidas que considera apropriadas relacionadas a: empresas sistematicamente importantes e interconectadas, infraestrutura financeira, regulação e enfrentamento dos riscos sistêmicos por meio de uma autoridade.

Em referência as grandes empresas interconectadas, conhecidas por "muito grandes para falirem", Bernanke afirmou que "qualquer empresa que uma eventual falência implique risco sistêmico deve estar sujeita à supervisão especial em relação aos riscos assumidos, à administração dos riscos e em relação a suas condições financeiras, além de manter padrões elevados de capital e liquidez".

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