Feriados animam indústria de turismo

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Se para o trabalhador os nove feriados nacionais de 2015 significam um respiro na rotina, para a indústria turística o calendário folgado é sinônimo de lucratividade. Depois de um ano atropelado pela Copa do Mundo e as eleições, que atrapalharam os negócios, o mercado aposta nos feriadões para recuperar o fôlego.

INFOGRÁFICO: Confira o calendário de feriados em 2015

As operadoras ampliaram as ofertas, ainda que o cenário econômico não seja tão favorável para o consumidor, às voltas com reajustes de energia, combustível, transporte e impostos. "O turismo acaba entrando como uma necessidade psicossocial, de alívio de estresse. Com os feriados, a maior parte das viagens será doméstica, ou mesmo de carro, e isso é importante para o setor", avalia o vice-presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagem (ABAV), Leonel Rossi Júnior. A expectativa da entidade é atingir 5% de crescimento nas vendas, mesmo índice de 2014.

Nem a instabilidade do câmbio reduziu o otimismo. Mesmo com reajuste médio de 15% nos pacotes internacionais, acompanhando a alta do dólar, operadoras estão se preparando para um ano de bom movimento. "O câmbio retraiu as consultas em dezembro, mas o mês de janeiro já foi mais movimentado do que no ano anterior. Quem quer viajar faz os ajustes necessários no orçamento, de acordo com a moeda, mas não desiste", explica a vice-presidente da Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa), Magda Nassar. O Grupo Schultz, de Curitiba, dobrou o número de pacotes com bloqueios aéreos, combinados com hospedagem, para 2015. Os domésticos pularam de 14 em 2014 para 28 neste ano. Na área internacional, a aposta é ainda maior, de 69 para 198. A meta de crescimento é ousada para o mercado, na ordem de 29,7%, quase igual a 2014.

A queda do euro e o aumento da concorrência de companhias europeias no mercado brasileiro – que recebeu 13 empresas nos últimos três anos –, também ajudaram a equilibrar os preços dos produtos turísticos, especialmente para a Europa. Em alguns casos, com o mesmo valor, o viajante fica mais tempo em um país europeu do que nos Estados Unidos. A gerente de produtos internacionais da Schultz, Ana Maria Moreschi, explica que a empresa dobrou a oferta de lugares para o Velho Continente em relação ao ano passado, ainda que os Estados Unidos continuem sendo o principal destino internacional dos brasileiros.

Além de afetar o preço final de um pacote internacional, a conversão da moeda estrangeira para reais também pode alterar o perfil da viagem. O educador financeiro Leandro Ávila chama a atenção para o turismo de compras, que pode ficar menos interessante por causa da desvalorização do real. Para quem não abre mão da viagem a dica para minimizar perdas com a flutuação é comprar dólar aos poucos, antes do embarque, aproveitando janelas de cotação mais baixa.

"Cofrinho"

Motivação bem definida ajuda a abrir mão de alguns gastos

Para a orientadora financeira Elaine Toledo, a motivação bem definida é o que ajuda o poupador a abrir mão de outros gastos para realizar um projeto no futuro, seja uma viagem, um carro ou uma casa nova. "A economia ganha um significado e fica mais fácil abdicar de despesas corriqueiras", diz.

Para isso, fazer contas é indispensável. Uma planilha de gastos vai demostrar que medidas simples são eficazes. Deixar de pedir pizza uma vez por semana, ao custo de R$ 30, por exemplo, rende R$ 1,5 mil no fim de um ano.

Outra vantagem de fazer o caixa antes de embarcar é evitar dívidas depois da viagem. Com as facilidades de compra de produtos turísticos, o consumidor acaba comprometendo a renda em prestações de diferentes eventos ao longo do ano. A organização previne o descontrole durante a viagem, evitando gastos desnecessários no cartão de crédito que serão pagos no retorno, ensina o educador financeiro Leandro Ávila, do site Clube dos Poupadores.