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Setor automotivo

Fim do IPI reduzido impulsiona financiamento de carros

Em dezembro, as concessões subiram 24% em relação a novembro e atingiram a marca de R$ 10,1 bilhões

A concessão de R$ 10,1 bilhões foi influenciada, segundo o Banco Central, pelo fim do benefício do IPI reduzido | Brunno Covello/Gazeta do Povo
A concessão de R$ 10,1 bilhões foi influenciada, segundo o Banco Central, pelo fim do benefício do IPI reduzido (Foto: Brunno Covello/Gazeta do Povo)

A liberação de novos financiamentos para compra de veículos por pessoas físicas alcançou em dezembro do ano passado o maior valor desde dezembro de 2010.

A concessão de R$ 10,1 bilhões foi influenciada, segundo o Banco Central, pelo fim do benefício do IPI reduzido.Em dezembro, as concessões subiram 24% em relação a novembro. No ano, no entanto, o avanço foi de apenas 2,6%.

O estoque de financiamentos para veículos caiu 4,4% no ano. Segundo o BC, o dado reflete a antecipação da compra desses bens em anos anteriores. Em 2010, por exemplo, essa carteira avançou 49%. Em 2011, 27%. Desde 2013, entretanto, o saldo tem recuado.

Segundo o BC, a tendência é que a antecipação de compras para aproveitar o benefício (que ainda é oferecido por algumas montadoras) leve novamente a uma queda nas concessões nos próximos meses.

IOF

Para o BC, o aumento do IOF (imposto sobre operações financeiras) no crédito às pessoas físicas que começou a valer na semana passada deve ter impacto "modesto" sobre o comportamento do crédito neste ano.

O chefe do Departamento Econômico do BC,Tulio Maciel, afirmou que o aumento de 1,5% para 3,0% no tributo pesa mais para os empréstimos de curto prazo, uma vez que a cobrança se dá nos 12 primeiros meses da operação. "Isso fica mais diluído em concessões acima de 12 meses", afirmou.

O BC prevê expansão de 12% no crédito total em 2015, acima dos 11,3% verificados em 2014. Embora a pesquisa atual de crédito da instituição considere o saldo a partir de 2007, Maciel afirmou que é possível comparar os dados com a pesquisa antiga. Nesse caso, é possível dizer que o crescimento do ano passado foi o menor desde 2003, quando o estoque de dívidas avançou 8,8%.

Segundo o BC, em 2014, o crédito registrou desaceleração, em linha com o arrefecimento do ritmo de atividade econômica, que afetou, principalmente, a demanda por operações com recursos livres pelas empresas e famílias.

O crédito direcionado, por outro lado, também apresentou menor expansão, mas com desempenho ainda expressivo, impulsionado pela oferta de recursos para investimentos das pessoas jurídicas e pela sustentação do crédito imobiliário.

"Nos últimos anos, o crédito tem mostrado moderação, e essa evolução é até certo ponto desejada, no sentido de que dá sustentabilidade para a continuidade de expansão do crédito", afirmou Maciel.

Bancos públicos

Maciel afirmou que o crescimento do crédito nos bancos públicos tem sido maior nos últimos anos por causa da participação deles nas modalidades com melhor desempenho, como o financiamento imobiliário e o crédito para investimento do BNDES.

Isso deve se repetir em 2015, segundo o BC. O crédito nos bancos públicos deve avançar 14% neste ano, pouco abaixo dos 16,5% de 2014.

Nos bancos privados nacionais, o ritmo deve passar de 6,4% para 9%. Nos estrangeiros que atuam no país, o BC prevê aceleração de 4,5% para 7%.

Se esse cenário se confirmar, os bancos públicos continuarão a ganhar mercado em 2015. Eles encerraram o ano passado com uma fatia de 53,4% de participação no crédito.

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