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A troca de comando no governo federal, com o afastamento da presidente Dilma Rousseff, alimenta a esperança de queda na taxa básica de juros, hoje fixada em 14,25% ao ano. Uma expectativa que afeta diretamente os rendimentos das aplicações financeiras.

Até o início deste ano, a perspectiva do mercado era de que a Selic alcançasse em dezembro deste ano 15,25%, de acordo com o Boletim Focus no dia 8 de janeiro. Nesta semana, com a inevitável aprovação da abertura do processo de impeachment pelo Senado, os juros futuros despencaram para 13%.

GRÁFICO: Tendência de queda da Selic e o comportamento do IPCA

Com a possível redução da Selic, que reflete uma previsão de melhora do cenário econômico, a remuneração paga pelas aplicações em renda fixa é impactada, assim como as oportunidades para a compra de ações, que ficam mais atrativas aos investidores com apetite pelo risco.

Os papéis do Tesouro Direto Selic, que têm o rendimento atrelado aos juros básicos da economia,por exemplo, tendem a oferecer um retorno menor aos poupadores. Já os títulos prefixados adquiridos no ano passado com remuneração de 14% resultarão em ganhos maiores que os demais papéis do Tesouro.

Renda variável

Pelo lado da renda variável, a queda dos juros oferece melhores condições de empréstimos e de investimento às empresas. Já para os aplicadores, as ações ficam mais interessantes porque oferecem lucros acima da renda fixa, explica o educador financeiro e idealizador do blog Quero Ficar Rico, Rafael Seabra.

Títulos

Outras opções indicadas pelo diretor da Easynvest, Amerson Magalhães, são títulos de renda fixa privados, como Créditos de Depósito Bancário (CDBs) e Letras de Crédito Imobiliária e do Agronegócio (LCIs e LCAs). Os investimentos têm como base de remuneração a taxa DI, que é muito próxima da Selic. Porém, os ativos podem oferecer remunerações acima da taxa básica de juros, embora, nestes casos, possuam aplicações iniciais mais altas (acima de R$ 10 mil) e menor liquidez.

Para ele, mesmo com a previsão de queda dos juros, os títulos do Tesouro pós-fixados, que acompanham a Selic, não devem ser desconsiderados para o curto prazo. “Mesmo que as taxas caiam até o fim do ano, a remuneração dada será a média no período, que ficará acima de 13%”, afirma.

No longo prazo, o educador conta que os títulos do Tesouro IPCA, que oferece a correção da inflação mais uma remuneração fixa de cerca de 6%, são uma alternativa para manter o investidor protegido contra a alta geral dos preços. Conforme o boletim Focus do último dia 6, a estimativa do mercado é que o IPCA feche em 7% no ano.

Os títulos do Tesouro prefixado, que dão uma remuneração de pouco mais de 12% ao ano, também podem entregar rendimentos interessantes no longo prazo. Entretanto, o diretor da Easynvest, Amerson Magalhães, alerta que essa opção oferece riscos aos aplicadores, caso a Selic volte a subir. “Se houver um aumento na taxa de juros e for necessário resgatar o dinheiro antes, o investidor irá perder. Mas o contrário também é verdadeiro. Logo, se os juros caírem ainda mais, o investidor terá um prêmio ao fim do período da aplicação”, afirma. Além disso, os prefixados correm o risco de ser corroídos pela inflação, o que pode reduzir os rendimentos.

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