O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), Antonio Evaldo Comune, elevou de 5% para 5,5% a previsão de inflação para 2011 na capital paulista. Em entrevista para detalhar o resultado do indicador em março (alta de 0,35%), ele justificou a mudança apontando o cenário pressionado de preços observado no primeiro trimestre do ano.
De janeiro a março, o IPC da Fipe acumula alta de 2,10%. Apesar de o resultado acumulado ter sido inferior aos 2,43% do primeiro trimestre de 2010, Comune disse acreditar que o espaço restante em 2011 para taxas mensais mais brandas seria insuficiente para uma concretização da previsão anterior, de 5%. "Temos praticamente a metade da meta só nos três primeiros meses do ano", comentou.
Conforme cálculos do coordenador do índice, se o IPC apresentasse uma taxa mensal média entre 0,30% e 0,40% nos nove meses que restam para completar 2011, a taxa acumulada de inflação em São Paulo ficaria entre 5,30% e 5,70%. "Por isso, a projeção 'seca' passou para 5,5%", disse.
Se confirmada a expectativa de Comune, o IPC será ainda inferior à taxa de 2010, quando a inflação foi de 6,40%. Segundo ele, a estimativa leva em conta crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 4% em 2011 e tem como fator de risco o comportamento das commodities no mercado internacional.
Para abril, Comune espera uma inflação pouco maior que a de março. Segundo ele, o IPC fechará o mês com uma taxa de 0,38%, com maior pressão do grupo Saúde, por conta do reajuste nos preços dos remédios.
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