A agência de classificação de risco Fitch anunciou, nesta terça-feira, 09, uma revisão para baixo na sua estimativa de crescimento da América Latina neste ano, de 3,3% para 2,9%. De acordo com a projeção da Fitch, entretanto, ao excluir o Brasil, o PIB real da região deverá desacelerar de uma expansão de 4,1% em 2012 para 3,2% neste ano.
"A lenta recuperação global, o crescimento mais devagar da demanda doméstica, os preços mais amenos das commodities e fatores específicos de cada país estão levando a uma desaceleração na maioria das economias da região em 2013", resume a analista Shelly Shetty, responsável pelos ratings soberanos da América Latina. "Como resultado, melhoras na solvência fiscal e externa e indicadores de liquidez poderão ser adiadas, pesando sobre o potencial de melhora dos ratings soberanos", diz a especialista.
Para a Fitch, as maiores taxas de crescimento são esperadas nas economias da Bolívia, Chile, Peru, Panamá e Paraguai, sendo que a última deverá registrar a maior taxa de crescimento da região após uma modesta contração do PIB em 2012. Brasil e México, em contrapartida, deverão puxar o PIB da América Latina para baixo neste ano, prevê a agência, que projeta taxas de crescimento de 2,5% e 3% do PIB, respectivamente, para as duas maiores economias da região.
Economias de menor porte, como Equador, Colômbia e Suriname, poderão apontar um crescimento recorde, acima de 4%, em 2013. Na outra ponta, a agência projeta taxas de crescimento abaixo de 2% para as economias de El Salvador, Jamaica e Venezuela neste ano.
Com exceção do Brasil e do Uruguai, segundo a Fitch, a maioria dos países que adotam metas para a inflação tem um quadro de pressões inflacionárias bem contidas, o que deverá dar espaço a essas economias para cortar juros, caso as condições econômicas se deteriorem. "Entretanto, a volatilidade recente e a pressão de depreciação sobre as moedas regionais poderão obstruir o afrouxamento monetário em alguma medida", ressalva a Fitch.
Na avaliação da Fitch, o Brasil enfrenta um conflito difícil entre crescimento e inflação, à medida que o Banco Central acelerou recentemente o ritmo das altas de juros para responder a pressões inflacionárias persistentes, mesmo diante de uma recuperação econômica gradual. Argentina e Venezuela, conforme a agência, continuarão a registrar as maiores taxas de inflação na região.
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