Flores deixam de ser presente mais procurado no Dia das Mães

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Desanimados, vendedores da feira de flores do Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo) reclamavam nesta sexta-feira (10), dois dias antes do Dia das Mães, do baixo movimento em comparação à mesma data no ano passado.

"Antigamente, em véspera do Dia das Mães, dava seis horas da manhã e já não tinha mais rosas. Agora fica até o final da feira [às 10h30]", diz Alex da Silva, vendedor de flores no Ceagesp há 22 anos. "As pessoas estão preferindo comprar roupa ou perfume, que dura mais", opina.

"Adoro ganhar flores. Flores e mais um presente", diz Giuliana Aquarone, que comemora seu primeiro Dia das Mães. Para ela, as flores são apenas um complemento, não valem como presente.

Os vendedores afirmam que os preços também sofrem reajuste para a data. "Um maço com 30 botões de rosa sai por R$ 15 em dias comuns, mas na véspera do Dia das Mães, aumenta para R$ 40, aí as pessoas fogem mesmo", explica o vendedor Leônidas Ferreira.

Para ele, outro motivo que explica a baixa nas vendas "é o crédito fácil". "Com R$ 40 você já pode dar entrada em um aparelho eletrônico. Por que comprar rosa que vive três, quatro dias?", questiona.

A decoradora Marisa Veiga evita ir à feira nos dias que antecedem a data. "É uma loucura, tem que ir embora antes das 6h, senão pega um trânsito absurdo pra sair do estacionamento. Sem contar nos preços que sobem muito. Às vezes prefiro nem aceitar eventos próximo ao Dia das Mães porque as flores encarecem muito", diz.

Mesmo com o aumento no preço das flores especialmente para a data, comprar flores na feira do Ceagesp ainda é um bom negócio. Floristas disseram que compram lá para vender em suas floriculturas a preços três vezes maiores. "Venho de longe para comprar as flores que vendo no meu site. O lucro é bom, vale muito a pena", afirma Maria Piedade, do site uniflores.com.br

A feira de flores, que acontece às terças e sextas, das 5h às 10h30, atrai floristas, que compram em grandes quantidades, pessoas que compram uma ou outra flor e os que só gostam de passear admirando a beleza das mercadorias. Para Zé Carlos, vendedor especializado em orquídeas, este último é o tipo mais comum.

"Quando cheguei aqui, há 13 anos, a gente só aceitava dinheiro, não tinha cheque nem cartão, e dava pra sair com o lucro e comprar um carro zero à vista", recorda Zé Carlos.

Opções

Os famosos boxes de flores da avenida Doutor Arnaldo são sempre movimentadas, mas em véspera de Dias da Mães a capacidade de atendimento parece pequeno. Resultado disso é o trânsito que se forma em torno dos boxes. Apesar de a feira de flores do Ceagesp não funcionar aos sábados, há um número razoável de bancas de flores montadas também aos sábados, quando as mercadorias são em sua maioria frutas e legumes.