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A diferença entre os dólares que entraram e saíram do Brasil em janeiro chegou a US$ 15,5 bi­­lhões, segundo dados do Banco Central. É o segundo maior valor da série iniciada em 1982, atrás apenas dos US$ 16,5 bilhões registrados em junho de 2007. O valor supera também as entradas de recursos registradas durante as ofer­­tas de ações do Banco San­­tander Brasil (US$ 14,6 bi­­lhões em outubro de 2009) e da Pe­­tro­­bras (US$ 13,7 bilhões em setembro de 2010). O resultado de janeiro deste ano foi puxado pelo aumento na captação de recursos no exterior por várias empresas e bancos.

No mês passado, o BC comprou US$ 8 bilhões no mercado à vista. É a maior intervenção desde se­­tem­­bro do ano passado, quando a instituição comprou mais de US$ 10 bilhões para tirar do mercado os dólares que entraram por causa da oferta de ações de Petrobras, que atraiu muitos estrangeiros. O BC mantém o ritmo de compras em fevereiro. Nos quatro primeiros dias do mês, comprou US$ 2,8 bilhões. Nesse mesmo período, entraram no país apenas US$ 39 milhões.

Especulação

As instituições financeiras reduziram em janeiro suas apostas na queda do dólar, que já estão próximas do limite que o Banco Central fixou para vigorar a partir de abril. O valor das dívidas das instituições financeiras no mercado de dólar à vista caiu de US$ 16,8 bilhões no fim de de­­zembro para US$ 11 bi­­lhões em janeiro.

No início do ano, o BC anunciou medidas para forçar os bancos a reduzir esse valor para US$ 10 bilhões até o fim de abril. Se não reduzirem essas dívidas, que são chamadas no mercado de "posição vendida" dos bancos, as instituições teriam de deixar parte do dinheiro depositado no BC sem remuneração.

Desde junho, esse saldo de­­vedor vinha aumentando, o que significa uma aposta dos bancos na queda do dólar. Em geral, são recursos captados no exterior a juros baixos que são trocados no Brasil por reais. O aumento dessas operações significa mais dólares entrando no país, o que joga o preço da moeda para baixo.

A operação é duplamente rentável para os bancos. Eles lucram com a diferença de juros fora e dentro do país, e também com a desvalorização da dívida em dólar. Já o BC compra a maior parte dos dólares para segurar a cotação da moeda, o que gera um custo para o setor público. O limite da "posição vendida" é individual e varia de acordo com o tamanho do banco, mas o BC estima que, no conjunto, os valores somem US$ 10 bilhões se todos cumprirem a regra.

Ontem, o dólar comercial re­­cuou 0,35%, para R$ 1,661.

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