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Um movimento de saída de recursos do mercado local combinado com o avanço do dólar no mercado externo levou a moeda norte-americana a encerrar em alta frente ao real nesta segunda-feira, em meio à fraqueza das principais bolsas de valores internacionais e à reduzida liquidez no mercado cambial doméstico.

A divisa dos Estados Unidos valorizou-se 0,66 por cento, a 1,843 real na venda, em mais uma sessão volátil, oscilando entre baixa de 0,27 por cento e alta de 0,82 por cento ao longo da jornada. O dólar veio de uma série de quatro quedas consecutivas, na qual perdeu 2 por cento.

No mercado internacional, a moeda dos EUA ganhava cerca de 0,3 por cento ante uma cesta com as principais divisas mundiais, ancorado por ajustes de posições antes da divulgação nesta semana de dados sobre os consumidores e o mercado imobiliário norte-americanos.

"Hoje tivemos um dia de indefinição nas bolsas, somado à ausência de notícias relevantes. Isso favoreceu um fluxo negativo que fez o dólar subir", avaliou Rodrigo Nassar, gerente de mesa financeira na Hencorp Commcor Corretora.

Os investidores mostraram otimismo durante parte da sessão, estimulados por números informando um crescimento acima do esperado dos pedidos à indústria na zona do euro em junho.

À tarde, contudo, uma migração de investidores para os títulos do Tesouro norte-americano levava os índices acionários para território negativo no encerramento das operações no mercado de câmbio local.

O Ibovespa, principal indicador do mercado de ações brasileiro, exibia estabilidade no mesmo horário.

O gerente de câmbio de um banco nacional considerou que a redução dos ganhos na bolsa brasileira durante a tarde motivou investidores estrangeiros a saírem do mercado de ações e a fazerem hedge (proteção) no mercado de câmbio futuro.

"Esse movimento elevou a demanda por dólares, pressionou a moeda e provocou sua alta", explicou.

Segundo os números mais atualizados da BM&FBovespa, esse grupo de investidores sustentava cerca de 2,2 bilhões de dólares em posições compradas líquidas no mercado futuro de câmbio. Essa exposição, na prática, revela apostas na alta da moeda norte-americana.

No início de agosto, os estrangeiros detinham posições praticamente zeradas no mercado futuro de dólar.

Diante da saída de recursos do mercado doméstico, Nassar, da Hencorp Commcor Corretora, citou que a alta do dólar frente ao real nesta sessão foi influenciada ainda pela falta de liquidez no mercado de câmbio.

"Em dias assim, qualquer operação de saída tem um peso maior, o que leva o dólar a avançar mais ainda."

De acordo com números disponibilizados no site da BM&FBovespa, o giro interbancário somava 1,239 bilhão de dólares às 16h30, em operações com liquidação em dois dias (D+2).

Em seu relatório semanal sobre o mercado financeiro, o Banco Central manteve as previsões da taxa de câmbio para o fim de 2009 e de 2010 em 1,850 real.

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