Os riscos relacionados à inflação, com exceção de uma queda acentuada nos preços de matérias-primas (commodities), vão permanecer elevados por algum tempo, e mais elevados do que no passado recente, em diversas economias emergentes e desenvolvidas, de acordo com o relatório Perspectiva Econômica Mundial (WEO, na sigla em inglês) divulgado nesta quinta-feira (2) pelo Fundo Monetário Internacional.
No detalhe, os riscos indiretos, ou secundários, da inflação estão presentes, principalmente, nas economias emergentes, que "precisam de resposta agressiva da política monetária para reduzir a inflação". Nas economias avançadas, acrescenta o FMI, os riscos elevados à inflação estão diminuindo rapidamente, "devido ao impacto deflacionário da turbulência financeira".
O Fundo pondera que há indicações crescentes de que a política monetária de diversos emergentes não respondeu adequadamente aos riscos de elevação da inflação. "O juro real está baixo em diversas destas economias, mesmo em face de forte crescimento (econômico), aumento no núcleo da inflação e riscos de efeitos indiretos derivados de aumento dos preços de commodities".
O documento destaca que a credibilidade da política monetária tem papel importante no controle dos efeitos indiretos da inflação, uma vez que está ligada às expectativas de inflação e à demanda de salários maiores. "Uma resposta adequada da política monetária é importante para restringir inflação em economias vulneráveis", diz a economista do Departamento de Pesquisa do FMI, Irina Tytell. Economias emergentes e em desenvolvimento são mais vulneráveis.
No relatório, o Fundo avalia que o regime de metas de inflação parece ser bastante eficiente para ancorar as expectativas de inflação. "Em oposição, países não que não têm meta de inflação, formal ou informal, parecem ter menos sucesso para ancorar expectativas". Neste caso, se a questão é saber se as elevações de preços de energia e alimentos vão conduzir a um aumento sustentado na taxa de inflação no mundo, o FMI fornece resposta seletiva, dizendo que há razões para ser otimista com relação às economias avançadas e emergentes que adotaram meta de inflação.
Alimentos
A contribuição dos alimentos no índice de preços ao consumidor fica na faixa entre 1% e 3% em certas regiões do mundo, incluindo o Brasil, de acordo com o Fundo Monetário Internacional. Esta contribuição é considerada "baixa" pelo Fundo. Também na área que engloba o País, a contribuição dos preços de combustíveis para a inflação fica na faixa inferior a 0,1%, acrescenta o FMI.
Na mesma área que compreende o Brasil quanto à contribuição de alimentos sobre a inflação estão também países como México, Hungria e Cingapura. Em oposição, entre os países que têm elevada contribuição dos preços de alimentos sobre o índice de inflação estão Chile, China, Colômbia, Índia, Peru e Rússia.
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