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Alexandre Tombini, presidente do BC | Favio Rodrigues Pozzebom /ABr
Alexandre Tombini, presidente do BC| Foto: Favio Rodrigues Pozzebom /ABr

Mercado

Governo avalia emissão de títulos em reais como "positiva"

Sem ambiente para emissões de títulos em reais no mercado externo durante um ano e meio, o Brasil teve sucesso em uma operação feita ontem. O Tesouro Nacional lançou bônus com vencimento em 2024, com retorno ao investidor de 8,6%. No governo, a avaliação é de que a operação foi positiva e será um ponto de referência importante para as empresas que também quiserem se aventurar no mercado. A demanda, segundo fontes que acompanham a operação, ficou próxima de R$ 5 bilhões. O volume é bem maior do que o lançamento de R$ 3 bilhões e mais amplo ainda do que a expectativa de emissão em torno de R$ 1,5 bilhão. A diferença, porém, não significa que necessariamente novas emissões virão em breve. Até porque o objetivo do governo com a operação não é captar recursos, mas gerenciar riscos e ampliar a liquidez. A taxa de retorno oferecida ao investidor também foi considerada adequada.

Em uma aparente crítica às reduções na taxa básica dos juros brasileiros, o Fundo Mo­netário Internacional (FMI) afirmou ontem que "seria pre­­maturo relaxar as configurações da política enquanto a inflação ainda está acima da mediana da faixa meta e com tendência de alta". A advertência faz parte do relatório anual "Perspectiva Econômica Mundial", divulgado ontem, e chega num momento delicado: o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) encerra hoje seu encontro de dois dias para decidir a taxa de juros. Entre os analistas, a opinião majoritária é de que Alexandre Tombini e os outros diretores do BC farão a taxa Selic cair dos atuais 9,75% para 9% ao ano.

No relatório Perspectiva Econômica Mundial, o FMI estima ainda que a economia brasileira vai expandir-se em 3% neste ano e 4,1% em 2013, recuperando-se da decepcionante taxa de crescimento de 2,7% registrada no ano passado. "A economia brasileira está agora perto de seu potencial em termos de crescimento", afirmou em Washington o consultor do Departamento de Pesquisa do FMI Thomas Helbling. "Há um senso de que não há necessidade de muita ajuda adicional em políticas."

Os riscos de um superaquecimento no Brasil diminuíram depois que políticas macroeconômicas começaram a dar frutos e o ambiente externo enfraqueceu, disse o Fundo no documento. "Entretanto, o crédito elevado e crescimento das importações sugerem que os riscos de superaquecimento não estão completamente sob controle e podem ressurgir se os fluxos de capital retornarem aos níveis anteriores", alertou a instituição.

Continente

A América Latina continua num "caminho tranquilo" para um crescimento econômico estável, mas os formuladores de política econômica da região têm uma tarefa progressivamente difícil para impedir o superaquecimento da economia e ao mesmo tempo escapar da crise da dívida da zona do euro, disse o FMI.

O Fundo projeta que a economia da América Latina terá expansão de 3,7% em 2012 e de 4,1% em 2013 – uma leve revisão para cima em relação à estimativa de janeiro, que previa 3,6% e 3,9%, respectivamente. A expectativa ainda é de que a região cresça com o dobro da velocidade de países desenvolvidos.

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