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O ministro da Fazenda Guido Mantega criticou neste sábado, em Cingapura, a direção do Fundo Monetário Internacional (FMI), que decidiu dar continuidade à votação do projeto de reforma do programa de cotas. Segundo fontes governamentais envolvidas nas negociações, o Fundo conta com pouco mais de 85% dos votos dos 184 membros do conselho necessários para aprovar a proposta de reforma no sistema de cotas, ou poder de voto.

Neste sábado, em comunicado, Brasil, Índia, Egito e Argentina manifestaram desaprovação do plano e pediram a suspensão da votação, alegando que a maioria dos países da América Latina seriam contrários à proposta.

Em coletiva de imprensa após o encontro, o ministro brasileiro criticou a decisão de prosseguir com a votação mesmo com a oposição das nações que o programa, em teoria, deveria ajudar.

- A aprovação da resolução mesmo com a oposição de países supõe uma redução da representatividade do Fundo - afirmou Mantega.

A proposta prevê um aumento pequeno e imediato do voto do México, da Coréia do Sul, China e Turquia - países mais representados nos órgãos decisórios do FMI - em relação ao peso de suas economias no mundo. O plano também prevê uma revisão posterior na forma usada para distribuir o poder entre os integrantes do Fundo, que não sofre mudanças desde 1944 - quando Estados Unidos e Europa dominavam o panorama econômico mundial.

De acordo com os países contrários à nova equação, as nações mais beneficiadas seriam o Japão, seus vizinhos asiáticos e os Estados Unidos, apesar de Washington ter dito que renunciará a qualquer aumento de sua atual participação de 17,08%, o que lhe dá poder de veto em certas decisões. Segundo Rodrigo Rato, diretor-geral do FMI, tal projeto daria mais voz aos países em desenvolvimento.

Em comunicado, o G-24 (grupo de países em desenvolvimento do qual fazem parte Argentina e Brasil) alegou que a fórmula que deveria ser usada pelo FMI poderia estar baseada no PIB como parâmetro de poder de compra, o que eliminaria as distorções entre as diferenças de preços e beneficiaria as nações em desenvolvimento frente as industrializadas.

Em apoio a Guido Mantega, a ministra de Economia da Argentina, Felisa Miceli, afirmou que a maioria dos países latinos é contrária às mudanças, mas não especificou qual nação seria a favor ou contra.

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