Uma dimensão mais aguda da atual crise financeira deflagrada nos Estados Unidos, e em crescente contaminação global, foi estabelecida ontem quando o diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, disse que esse organismo já preparou um mecanismo de emergência para emprestar dinheiro não apenas aos seus clientes habituais, os países em desenvolvimento, mas também aos mais ricos. "Estamos à beira de uma recessão global", afirmou o executivo, acrescentando que "tudo indica que as raízes dessa crise são mais profundas do que o esperado".
De acordo com a sua avaliação, nenhum país está imune à ela. "O mais óbvio é que alguns países em desenvolvimento estão sofrendo muito mais estresse do que as economias desenvolvidas, mas isso também pode acontecer a algumas delas." O FMI tem hoje cerca de US$ 196 bilhões em seu caixa. O valor equivale a pouco mais de 10% das perdas que as instituições financeiras já tiveram na atual crise. "Temos condições de, numa situação de emergência, desembolsar pelo menos US$ 100 bilhões. E isso poderia ser feito num processo relâmpago: não passaria mais de dez dias", disse um assessor de Strauss-Kahn.
EUA
O Departamento do Tesouro dos EUA pode assumir participações em bancos do país para restaurar a confiança do sistema financeiro, informou o jornal The New York Times. O jornal atribui a informação a autoridades do governo, não identificadas. De acordo com a reportagem, representantes do Tesouro dizem que o pacote de US$ 700 bilhões aprovado na semana passada pelo Congresso dá ao Departamento autoridade para injetar recursos nos bancos que solicitarem ajuda. Isso também concede ao Tesouro o direito de assumir participações nos bancos, disse o jornal.
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