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Comércio exterior

FMI prevê queda de commodities

Fundo recomenda aos países afetados “aproveitar as vantagens” dos preços ainda altos para se prepararem para os tempos de vacas magras

Minério de ferro será um dos produtos brasileiros afetados pela menor demanda mundial | Paulo Whitaker/Reuters
Minério de ferro será um dos produtos brasileiros afetados pela menor demanda mundial (Foto: Paulo Whitaker/Reuters)

O Fundo Monetário Internacional (FMI) tem perspectivas "cinzentas" para os países exportadores de commodities neste ano e em 2013. As cotações, inclusive as do petróleo, devem cair por causa do declínio da atividade econômica mundial.

Diante desse cenário, o Fundo recomenda aos países afetados "aproveitar as vantagens" dos preços ainda altos para prepararem-se para os tempos de vacas magras.

A receita é direcionada especialmente aos países de baixa renda e exportadores de commodities alimentares. "Os riscos de deterioração considerável do crescimento mundial também traz o risco de um ajuste ainda mais para baixo nos preços das commodities", informou o FMI no capítulo quarto do Panorama da Economia Mundial, conjunto de documentos a ser divulgado na próxima semana, durante a reunião de primavera do Fundo e do Banco Mundial.

"O panorama mundial é um tanto cinzento", resumiu Rupa Duttagupta, economista-sênior do FMI e líder da equipe responsável por esse estudo.

A perspectiva, se confirmada, deverá atingir o Brasil. Porém, de forma menos intensa em comparação com economias cujas exportações de commodities correspondem a quase a totalidade de seus embarques líquidos ao exterior. Os mais atingidos tendem a ser Angola, Líbia, Nigéria, Omã e Arábia Saudita, além de outros exportadores de petróleo, segundo os estudos do Fundo. No caso do Brasil, o café será dos mais afetados, além dos metais.

Novos revezes

Ainda ontem, economistas do FMI destacaram a possibilidade de a economia global passar por novos revezes, com consequências para a retomada da atividade. Primeiro, a expansão nos mercados emergentes tende a esfriar, especialmente na China, depois de ter impulsionado a ligeira recuperação da crise de 2008. Segundo, o risco de a Espanha vir a necessitar também de socorro financeiro, depois dos mais recentes esforços da Europa de enfrentar a crise da dívida pública no continente.

De acordo com Rupa, os mercados emergentes e países em desenvolvimento foram resilientes durante a crise mundial, especialmente por causa do valor elevado das commodities.

O Fundo alertou para o risco de um aumento de 30% no preço do petróleo no caso de redução acentuada nas exportações de petróleo do Irã a partir de julho deste ano. O impacto será temporário e, de qualquer forma, o conjunto das commodities continuará em queda, insistiram os economistas.

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