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Selo do Fundo Monetário Internacional na fachada do prédio da instituição, em Washington.
Selo do Fundo Monetário Internacional na fachada do prédio da instituição, em Washington.| Foto: Mandel Ngan / AFP

Por mais tentador que seja pensar que um dólar mais forte compense as tarifas mais altas dos EUA, tornando as importações chinesas mais baratas, o Fundo Monetário Internacional (FMI) diz que a prevalência global do dólar americano conta uma história diferente.

"Os importadores e consumidores dos EUA estão arcando com o ônus das tarifas", escreveu Gita Gopinath, economista-chefe do FMI, em um post intitulado "Domar o exagero da moeda" com os coautores Gustavo Adler e Luis Cubeddu. "Até agora a moeda mais forte dos EUA teve um impacto mínimo sobre os preços em dólar que os exportadores chineses recebem por causa do faturamento em dólar".

Isso vai contra as afirmações do presidente norte-americano Donald Trump de que a China está pagando altas tarifas de importação, e acusou o país de desvalorizar o yuan para suavizar o impacto. "Nosso consumidor não está pagando nada", Trump twittou no início deste mês.

O FMI disse que a tarifa média dos EUA sobre os produtos chineses subiu cerca de 10% desde o início do ano passado e subirá outros 5% se novas imposições forem promulgadas, já que Trump ameaçou fazer no dia 1º de setembro. Enquanto isso, o yuan da China escorregou 10% contra o dólar. "grandemente como resultado dessas ações comerciais e incertezas associadas", e essa flexibilidade permite ajudar a amortecer os choques comerciais, disse o relatório.

Alternativas

O post sugere formas alternativas de abordar as preocupações sobre os desequilíbrios comerciais que mais bem apoiam o crescimento global, observando que as tensões comerciais estão diminuindo as perspectivas de crescimento global do Fundo. A economia chinesa desacelerou em meio à escalada da guerra comercial e Trump rotulou formalmente Pequim como um manipulador de moeda depois que o yuan quebrou a marca de 7 por dólar no início deste mês.

"É improvável que as tarifas bilaterais mais altas reduzam os desequilíbrios comerciais agregados, já que eles, principalmente, desviam o comércio para outros países", disse o FMI. "Em vez disso, é provável que prejudiquem o crescimento doméstico e global, minando a confiança e o investimento dos negócios e interrompendo as cadeias de fornecimento globais, ao mesmo tempo em que aumentam os custos para produtores e consumidores".

Avisos anteriores

O post ecoou temas do Relatório do Setor Externo do Fundo, divulgado em julho. Os efeitos de um enfraquecimento da moeda são geralmente pequenos dentro de um período de 12 meses, com uma depreciação de 10% em relação a todas as moedas, melhorando a balança comercial de um país em cerca de 0,3% do produto interno bruto em média.

"Em parte, isso reflete o fato de que o comércio é em grande parte faturado em dólares, o que significa que, para a maioria dos países, os volumes de exportação tendem a responder pouco às taxas de câmbio no curto prazo", disse o FMI na quarta-feira (21). "Isso se aplica aos principais parceiros comerciais dos norte-americanos, onde a maior parte das exportações de e para os EUA é faturada em dólares."

O chefe da missão do FMI para a China, James Daniel, repetiu em 9 de agosto que o Fundo vê o yuan como "amplamente alinhado aos fundamentos", não supervalorizado ou desvalorizado de forma significativa, o que ecoou os resultados do Relatório do Setor Externo.

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