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O Fundo Monetário Internacional (FMI) buscou nesta quinta-feira (22) fortalecer a frágil unidade entre as nações do G20, instando os países a não seguirem caminhos separados na reforma do sistema financeiro.

O diretor-gerente do fundo, Dominique Strauss-Kahn, disse que as nações precisam garantir que estão indo na mesma direção no que tange à reforma regulatória se elas forem efetivas no controle das práticas de risco por bancos, apontadas como as responsáveis pela transformação da queda do setor de hipotecas norte-americano numa crise financeira global.

"Nossa principal preocupação é ter todos trabalhando juntos e manter a coordenação", disse.

Na reunião entre os líderes de Finanças em Washington para avaliar o progresso na reparação das economias abatidas pela recessão e na construção de uma plataforma mais estável para o crescimento, houve sinais de divisões, principalmente entre países duramente golpeados por problemas no setor bancário e os que escaparam bem da crise.

Cooperação para reequilíbrio

Strauss-Kahn também pediu que o G20 coopere com medidas para reequilibrar a economia global para que grandes superávits em algumas nações como a China e maciços déficits no mundo rico não provoquem uma outra crise.

O FMI mostrou mais disposição nesta semana em pedir que países ricos permitam o enfraquecimento de suas moedas enquanto o iuan chinês se fortaleceria, mas o G20 pouco tem falado sobre questões cambiais.

O Fundo tem sido cuidadoso em não jogar toda a culpa sobre a China, dizendo que os países desenvolvidos precisam deixar que suas divisas, como o euro e o dólar, se desvalorizem para promover as exportações.

Strauss-Kahn afirmou que embora seja do interesse da economia chinesa deixar que sua moeda se aprecie, ele não espera que Pequim valorize o iuan da noite para o dia.

Ele acredita que a China "contemple com o tempo alguma valorização da moeda", acrescentando que o reequilíbrio da economia global deve ser um esforço mundial e não somente uma discussão entre nações.

O FMI e o Banco Mundial (Bird) enfrentam sua própria ação de reequilíbrio à medida que tentam redistribuir o poder de voto interno para dar mais representação às principais economias emergentes. O presidente do Bird, Robert Zoellick, pediu que os países-membros ponham de lado as diferenças sobre como os votos devem ser divididos e cheguem a um acordo imparcial.

Sem bala de prata para a Grécia

Embora a crise financeira tenha arrefecido, formuladores de política monetária estão agora intensamente concentrados na possibilidade de que os problemas de dívida da Grécia se intensifiquem e ameacem se espalhar para outros países europeus, como Portugal.

Com uma missão do FMI atualmente em Atenas, Strauss-Kahn afirmou que as conversas sobre planos de resgate a Atenas levarão "alguns dias". Ele acrescentou que uma revisão para cima do déficit orçamentário grego "não ajuda".

Segundo Strauss-Kahn, "caso o problema comece a ficar um pouco pior que o esperado, levaremos isso em conta e isso fará parte da discussão que temos com as autoridades da Grécia nos próximos dias".

"Não há bala de prata para resolver isso de uma maneira mais fácil", acrescentou.

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