
O guaraná torrado e moído é apenas uma pequena parte de um segredo guardado a sete chaves pela Ambev: a fórmula exata do Guaraná Antarctica. Em toda a companhia, apenas duas pessoas conhecem a receita completa do produto. Os "elementos", como são chamados, têm suas identidades mantidas em sigilo dentro da própria companhia e, entre outros procedimentos de segurança, nunca viajam juntos.
No dia a dia, eles tem uma rotina normal de trabalho, em alguma área não revelada da Ambev. De tempos em tempos, vão até Manaus ou eles já estão lá? para realizar a primeira etapa do concentrado do refrigerante que é produzido na fábrica. Eles, e só eles, têm o código de acesso para a "sala do cofre", como é chamado o local onde é feita a mistura. A sala é monitorada em tempo integral e está equipada com um sistema de alarme, caso a porta seja aberta sem a senha. "Ninguém mais tem esse código. Nem os diretores ou gerentes", conta o gerente corporativo de desenvolvimento de produtos não-alcóolicos, Carlos Eduardo Enriques da Silva (foto).
Os novos "elementos", conta o executivo, já foram escolhidos, depois de um rigoroso processo de seleção. "A sucessão é determinada, em 99% do processo, por características morais. É preciso escolher alguém totalmente íntegro. Afinal, ele tem algo em mãos que tem um valor incalculável."
Embora os processos de produção, envase e distribuição tenham evoluído ao longo do tempo, a fórmula do guaraná Antarctica é a exatamente a mesma desde a sua criação, em 1921. Além da mistura exata dos ingredientes, as fábricas também têm acesso bastante restrito, inclusive para funcionários da companhia.




