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O presidente francês, Nicolas Sarkozy, recuou neste domingo (23), diante da implacável oposição alemã, da proposta de uso ilimitado dos fundos do Banco Central Europeu (BCE) na luta contra crise da dívida da zona do euro.

Os líderes europeus discutiram procedimentos por horas e aparentemente alcançaram poucos resultados no esforço de elaborar uma estratégia para superar a crise, apesar da pressão de aliados internacionais e mercados financeiros por uma ação decisiva.

Sarkozy reconheceu que a proposta francesa de multiplicar o poder de fogo do fundo de resgate da zona do euro, o transformando num banco e deixando que ele tome emprestado do BCE, não vingaria agora porque nem a Alemanha nem o BCE concordariam.

"Nenhuma solução é viável se não houver o apoio de todas as instituições europeias", disse o presidente francês numa entrevista à imprensa em conjunto com a chanceler alemã, Angela Merkel.

Merkel disse que duas opções permanecem na mesa de negociações, e nenhuma delas envolve recorrer ao BCE.

Autoridades da zona do euro afirmam que a solução deve ser uma mistura do uso do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira, para dar garantias aos compradores dos novos títulos espanhóis e italianos, e a criação de um mecanismo com o FMI para atrair fundos de países emergentes como a China.

No único sinal de progresso deste domingo, líderes disseram ter endossado uma proposta para recapitalizar os bancos europeus e assim lidar com as prováveis perdas dos títulos da Grécia e de outros da zona do euro.

Com a preocupação crescente em Washington, Pequim e outras capitais sobre os possíveis danos da crise europeia para a economia global, os líderes europeus tem quatro dias para trabalhar numa estratégia para domar a crise que começou há dois anos na Grécia.

Eles buscam firmar acordos sobre a redução da dívida grega, o fortalecimento dos bancos europeus, melhorias nas governança da zona do euro e aumento do poder de fogo do fundo para tentar bloquear o contágio. Contudo, cada um desses itens tem as suas dificuldades.

Depois de sete horas de discussão, Merkel afirmou à imprensa que as decisões que serão tomadas na quarta-feira podem não ser o último passo para superar a crise.

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