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Fronteira - Barreiras são desfeitas

Na tentativa de estancar as importações ilegais de produtos argentinos, o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transporte (Dnit) abriu valetas em um terreno vizinho à aduana brasileira por onde Kombis, carros de passeio, motos e bicicletas passam com mercadorias para escapar da fiscalização. Porém, a medida foi em vão. No dia seguinte, os buracos foram tapados e a estrada do descaminho, que dá acesso ao bairro Porto Meira, em Foz do Iguaçu, reativada. Segundo o Dnit, os buracos foram feitos a pedido da Receita Federal (RF) e Polícia Federal (PF). O órgão informa que há risco de acidentes do local. Um fiscal da aduana brasileira consultado pela Gazeta do Povo diz que um veículo Kombi leva cerca de 40 sacos de farinha para Foz do Iguaçu a cada viagem feita. (DP)

Foz do Iguaçu – Autoridades brasileiras não conseguem conter a importação ilegal de mercadorias da Argentina na fronteira entre Puerto Iguazú e Foz do Iguaçu. A valorização do real diante do peso argentino (que vale R$ 0,68) e a facilidade com que se dribra a fiscalização estimulam a existência de um mercado paralelo de frutas, carne, batata, farinha e gasolina em Foz do Iguaçu.

O descaminho atinge principalmente a Central de Abastecimento (Ceasa) de Foz, onde a venda de alho, cebola, maçã, pêra e ameixa importadas é insignificante se comparada à de produtos nacionais da mesma variedade. O gerente da Ceasa Foz, Valdinei dos Santos, diz que os produtos clandestinos são oferecidos ao consumidor por preços 40% mais baratos. "A venda desses produtos na Ceasa é praticamente zero."

Para se ter uma idéia, as estatísticas da Ceasa de Foz do Iguaçu indicam que no mês de julho foram comercializadas 137 toneladas de maçã nacional contra 1,3 tonelada de maçã importada de todas as variedades. Quanto à cebola, as vendas chegaram a 626 toneladas do produto nacional e 28 toneladas da importada. Nas outras unidades da Ceasa, a proporção dos produtos importados é maior.

O gerente da Ceasa Paraná, Valério Borba, ressalta que, além do prejuízo ao mercado legal, outro problema relacionado ao descaminho é a qualidade duvidosa dos hortifrútis que chegam do país vizinho sem passar pela fiscalização fitossanitária.

O Ministério da Agricultura está preocupado com a situação porque foi descoberta em Foz do Iguaçu a mariposa Cydia Pomonella. Também conhecida como bicho-da-maçã na fase de larva, a praga não causa prejuízos à saúde, mas ataca plantações de maçã e pera. Os técnicos suspeitam que a mariposa chegou ao lado brasileiro com as maçãs e pêras trazidas clandestinamente de Puerto Iguazú.

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