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Após três dias de paralisação, funcionários de duas empresas de transporte de valores que atuam no Estado racharam a greve da categoria ao aceitaram a proposta patronal, apresentada em audiência conciliatória realizada na manhã desta quarta-feira (2), no Tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TRT-PR). Vigilantes de outras duas empresas, no entanto, não aceitaram a oferta dos empresários e permanecem paralisados por tempo indeterminado.

Na ata de audiência, a vice-presidente do TRT-PR, desembargadora Rosemarie Diedrichs Pimpão fez constar que "o presidente do sindicato dos trabalhadores admitiu que 50% dos grevistas poderiam retornar de imediato ao trabalho, assegurado o mínimo indispensável para abastecer as agências bancárias". Apesar disso, não há previsão para que os carros-fortes voltem a abastecer os bancos paranaenses.

As empresas de transportes apresentaram uma proposta de reajuste real de 1% nos salários, mais correções pelo INPC, além de um aumento no vale-alimentação de R$ 13,73 para R$ 15,00. No intervalo da audiência, os vigilantes realizaram uma assembleia, na qual os trabalhadores vinculados às empresas Brink’s Segurança e Transporte de Valores Ltda e Prosegur Brasil S.A. optaram por retornar ao trabalho.

Os funcionários das empresas Proforte S.A. e Transbank S.A rejeitaram a proposta patronal e continuam em greve por tempo indeterminado. Segundo o Sindicato dos Vigilantes de Curitiba e Região Metropolitana (Sindivigilantes), os funcionários que permanecem paralisados representam quase 70% da categoria. O sindicato mantém a reivindicação de aumento salarial real de 8%, mais correções pelo INPC, além de vale alimentação no valor de R$ 15,00. O órgão, entretanto, admite que possa aceitar uma proposta menor, desde que haja uma "melhoria significativa" para a categoria. Não há previsão de uma nova rodada de negociações.

Sem previsão

O transporte de valores no Paraná é feito por quatro empresas, que transportam, em média, R$ 50 milhões por dia. Mesmo com o anúncio do fim da greve em duas empresas, os carros-fortes ainda não voltaram às ruas nem há previsão para que isso ocorra. Por meio de sua assessoria de imprensa, a Prosegur, que tinha 250 colaboradores em dissídio coletivo, informou que ainda não há uma previsão de volta efetiva ao trabalho. A Gazeta do Povo tentou entrar em contato com a Brink’s, mas não foi atendida.

O Sindivigilantes acredita que, apesar do racha na greve, a manifestação da categoria não perde força. Isso porque o abastecimento às agências bancárias do Paraná ainda não foi restabelecido. Em nota, o sindicato disse estranhar a posição das empresas que fecharam acordo com seus funcionários, mas que ainda não liberaram seus carros-fortes para o trabalho.

Abastecimento

Por enquanto, nas agências bancárias do Paraná e nos terminais situados dentro delas não há sinais de falta de cédulas, já que os caixas-eletrônicos internos são abastecidos pelos próprios funcionários. A preocupação é quanto aos terminais externos, instalados em locais como próprios públicos e shoppings, que só podem ser abastecidos pelas transportadoras de valores.

Por meio de sua assessoria de imprensa, o Banco do Brasil informou que suas agências no Paraná ainda não acusam qualquer problema de desabastecimento. Até o final desta quarta-feira, o banco não havia sido notificado sobre o retorno aos trabalhos das duas empresas de transportes de valores. Também não havia previsão quanto ao retorno dos carros-fortes à agência. A situação é semelhante no HSBC, segundo informações da assessoria de imprensa.

O Sindicato dos Bancários de Curitiba teme que haja escassez de cédulas, principalmente após o dia 5, quando os assalariados começam a receber seus vencimentos. Até o final da tarde desta quarta-feira, a entidade também não havia sido comunicada sobre o fim da greve em duas empresas de transportes. O sindicato adotou uma postura de pressionar os banqueiros para que, com "bom censo", intercedam em favor de uma solução. "Temos cobrado uma postura mais firme dos banqueiros, porque são eles que contratam as empresas. É preciso que haja uma pressão nos empresários, para que a sociedade não seja prejudicada", disse o presidente da órgão, Otávio Dias.

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