• Carregando...

Servidores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de Curitiba aderiram à greve nacional da categoria, que começou nesta segunda-feira (26). A representação sindical da capital paranaense estima que "a grande maioria" dos servidores da instituição na cidade aderiu ao movimento. A mobilização abrange funcionários dos setores administrativo e também os que coletam dados (efetivos e temporários) para pesquisas como o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), o que pode atrasar a divulgação de pesquisas, segundo o sindicato.

Pela manhã, Cássius de Brito, coordenador do núcleo do Paraná do sindicato do IBGE, relatou que os manifestantes se reuniam em um piquete na sede da entidade, na Rua Visconde do Rio Branco, perto da Rua 24 horas. O escritório de Curitiba, segundo ele, tem 26 funcionários na área administrativa. "Hoje, nosso foco é conquistar a adesão de mais pessoas, e também seguimos aguardando notícias das assembleias que ocorrem pelo país."

A greve nacional ocorre principalmente "em defesa de democracia interna e valorização do corpo funcional." A paralisação coincide com a divulgação dos resultados do Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre de 2014, previstos para serem apresentados na próxima sexta-feira (30), no Rio de Janeiro.

De acordo com uma das diretoras da Associação de Servidores do IBGE, Ana Magni, a categoria reivindica aumento do orçamento do órgão, para atender às metas de planejamento, a contratação de 4 mil servidores e equiparação salarial a funcionários de outros órgãos, como o Banco Central e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.

Os servidores também cobram participação nas decisões de gestão e democracia interna. "Reivindicamos participar das decisões sobre o futuro da instituição, nos moldes de outros órgão que têm um congresso institucional que pensa, debate e escolhe seus dirigentes". Segundo Ana, a ideia é escolher gestores que não fiquem "à mercê de intempéries políticas e econômicas".

Outro lado

A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa do IBGE às 11h50 e o órgão informou que vai se posicionar oficialmente sobre a paralisação durante a tarde desta segunda-feira (26).

Apesar da paralisação, o IBGE informou neste domingo (25) que está mantida a divulgação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad Contínua), com dados nacionais sobre o mercado de trabalho. A publicação, que substituirá a Pesquisa Mensal do Emprego (PME) – e avalia seis regiões metropolitanas-, chegou a ser cancelada pelo órgão e depois retomada. "Juntamente com a sociedade, conseguimos manter essa publicação. A divulgação desses dados é uma questão de honra", disse a diretora Ana Magni.

A PNAD contínua gerou polêmica entre os servidores do IBGE, que realizaram um ato em Curitiba no dia 16 de abril com um pedido de esclarecimento público no escritório da senadora Gleisi Hoffmann sobre o requerimento nº 334/2014 do Senado Federal, por ela subscrito no começo de abril. O documento da senadora questiona a metodologia da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), o que levou à suspensão da divulgação dos dados do levantamento pela direção do órgão e desencadeou uma crise na instituição. Os funcionários do IBGE, na época, temiam que houvesse ingerência política no órgão para evitar a publicação de dados que pudessem ser ruins para o governo federal.

Divulgação do PIB e adesão nacional

Sobre a divulgação do PIB, Ana Magni disse que não é possível prever o impacto sobre a publicação, que está em estágio avançado. "Não sabemos ainda a intensidade e o ritmo da greve."

A estimativa, pela manhã, era que estivessem prejudicadas as atividades do IBGE pelo menos nos estados de Alagoas, do Amapá, Amazonas, Distrito Federal, da Paraíba, do Rio Grande do Norte, Paraná, Rio Grande do Sul, de São Paulo, Santa Catarina e unidades do Rio de Janeiro. Novas assembleias estão previstas ao longo desta semana.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]