O Fundo Garantidor de Créditos (FGC) liberou nesta terça-feira (8) R$ 2 bilhões ao BTG Pactual, parte de uma linha total de R$ 6 bilhões que deve ser suficiente para que o banco honre seus vencimentos até a metade de 2016, disse um diretor do fundo.
“Concordamos, o FGC e o BTG Pactual, que não havia necessidade de mais”, disse o diretor jurídico do FGC, Caetano de Vasconcelos Neto, durante evento do fundo, referindo-se à linha total de R$ 6 bilhões.
O BTG Pactual vem sofrendo diariamente forte volume de resgates de clientes desde 25 de novembro, quando o banqueiro André Esteves, agora ex-presidente e ex-controlador do grupo, foi preso acusado de tentar obstruir a operação Lava Jato, que investiga esquema bilionário de corrupção envolvendo a Petrobras.
O BTG Pactual e o FGC assinaram memorando de entendimentos sobre a linha de crédito na última sexta-feira, com os recursos ficando disponíveis ao banco a partir daquela data.
Em carta naquele mesmo dia a clientes, o chairman e um dos principais sócios do BTG Pactual, Persio Arida, disse que o banco estava confortável com sua liquidez após a obtenção da linha com o FGC, mas que continuaria a buscar vender ativos.
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O FGC é uma entidade privada, sem fins lucrativos, que administra o mecanismo de proteção aos depositantes e investidores no âmbito do Sistema Financeiro Nacional. O objetivo do FGC é contribuir para a manutenção da estabilidade do sistema financeiro do país e prevenir crises bancárias sistêmicas.
De acordo com Vasconcelos Neto, não há pré-condições nem prazo para liberação do restante dos recursos pelo fundo ao BTG Pactual. O patrimônio total do FGC é superior a R$ 47 bilhões.
Na segunda-feira, Esteves foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF) sob a acusação de impedir investigação envolvendo organização criminosa, disse à Reuters uma fonte com conhecimento do assunto.
O caso corre em segredo de Justiça e há temor de que, além de Esteves, o banco de investimentos seja mencionado pela PGR. “A denúncia (aparentemente) se concentrou numa pessoa. Seria mais grave se houvesse mais gente envolvida, porque aí isso poderia contaminar mais o banco”, disse o diretor do FGC.
Na Bovespa, as units do BTG Pactual voltavam a ter um dia de fortes perdas nesta terça, com queda de 14,73% às 15h, para R$ 14,99. Os papéis acumulam perda superior a 50% desde a prisão de Esteves, considerando a baixa neste pregão.
Banco Pan
O diretor do FGC disse ainda que não há nenhuma movimentação do fundo em favor do Banco Pan, controlado pelo BTG Pactual, porque as operações do banco médio, que também tem a Caixa Econômica Federal como sócia, estão ocorrendo normalmente.
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