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O governo perdeu neste ano quase R$ 2,3 bilhões com aplicações malsucedidas do Fundo Soberano do Brasil (FSB), a pou­pan­ça fiscal do Brasil, para en­­frentar momentos de dificuldades econômicas. O prejuízo ocorreu porque o governo deixou de seguir regras básicas do bom investidor, como diversificar suas aplicações e não concentrar recursos em ativos de alto risco.

No fim de 2010, o total da carteira do Fundo Fiscal de Investi­mento e Estabilização (FFIE), fundo multimercado onde está aplicado todo o dinheiro do FSB, es­­tava em R$ 18,76 bilhões. Caiu para R$ 16,9 bilhões no fim de junho e para R$ 16,48 bilhões até o último dia 22.

No jogo de manobras contábeis para alavancar o superávit primário de 2010, o Tesouro concentrou mais de 75% dos recursos do contribuinte brasileiro que estão no FSB em ações da Petrobras, durante a capitalização da empresa – e esses papéis estão caindo fortemente neste ano, assim como o mercado acionário em geral. Além da Petro­bras, o Fundo tem perdido di­­nhei­­ro também com as ações do Banco do Brasil. Somando os papéis da Petrobrás com os do BB, a concentração em ações está na casa de 86%.

Para piorar, o governo teria dificuldade de vender todo esse volume de ações diante um eventual cenário adverso – um movimento de venda de um lote tão grande faria os preços caírem mais. Como o dinheiro depositado no FSB não garante liquidez imediata, o fundo perdeu o seu sentido original, de instrumento de política fiscal anticíclica que foi apregoado pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, na época da criação do FSB.

A maioria dos fundos soberanos aplica os seus recursos em ativos que têm baixa correlação com o crescimento econômico do país. Esse é um tipo de prevenção para evitar que nos períodos em que a economia real esteja mal, e for preciso acionar a poupança do fundo, não haja perda de rentabilidade das aplicações.

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