R$ 11 bilhões é em quanto a nova companhia resultante da fusão entre a América Latina Logística (ALL) e a Rumo Logística é avaliada, conforme valor de referência fixado pela concessionária de ferrovias quando recebeu a proposta da Rumo, de R$ 6,9 bilhões para a ALL e de R$ 4 bilhões para a subsidiária do Grupo Cosan. A fusão ainda precisa ser aprovada pelos acionistas da ALL e receber aval do Cade e ANTT.
A fusão entre a América Latina Logística (ALL) e a Rumo Logística, aprovada ontem pelo Conselho de Administração da ALL, criará a maior empresa de logística do país e, para agentes de mercado, pode destravar investimentos no setor ferroviário brasileiro. A nova companhia é avaliada em R$ 11 bilhões, segundo valor de referência fixado pela concessionária de ferrovias quando recebeu a proposta da Rumo, de R$ 6,9 bilhões para a ALL e de R$ 4 bilhões para a subsidiária do Grupo Cosan.
A fusão ainda precisa passar pela Assembleia Geral de Acionistas da ALL e pelos órgãos reguladores Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). A previsão é que a assembleia de acionistas ocorra em até 30 dias. Na operação, serão atribuídas aos atuais acionistas da Rumo e da ALL ações representativas de 36,5% e 63,5% do capital da companhia combinada, respectivamente.
O negócio teria o apoio do governo federal como forma de alavancar o setor de transporte de carga no país. A operação também é vista com bons olhos por profissionais de mercado e investidores, pois deve levar ao encerramento das disputas judiciais travadas entre as duas companhias em torno do contrato assinado em 2009 para o transporte de açúcar e pode permitir ganhos de eficiência na ferrovia e, consequentemente, aumento de volumes transportados.
A nova empresa pode destravar investimentos ferroviários, setor que, na opinião do coordenador do Núcleo de Infraestrutura e Logística da Fundação Dom Cabral, Paulo Resende, está atrasado em relação aos demais modais de transporte. De acordo com Resende, a nova companhia que deve ser formada vai movimentar o mercado, estimular parcerias entre empresas e operadores logísticos. "A fusão fornece o combustível necessário para que o setor volte a andar", disse.
A empresa resultante da fusão teria um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) superior a R$ 2 bilhões. Em relatório do Bank of America Merrill Lynch, os analistas Sara Delfim, Fernando Ferreira, Murilo Freiberger, Roberto Otero e Joe Moura afirmam que, num cenário positivo, a nova companhia pode levar a investimentos 66% maiores que o patamar atual para a renovação das concessões o que implicaria em capex médio (gastos em capital) de R$ 1,5 bilhão nos próximos 25 anos e em necessidades de aportes de R$ 5 bilhões.
"A companhia resultante terá uma situação financeira melhor [que a verificada atualmente na ALL] e uma melhor perspectiva de conseguir obter junto ao governo a extensão dos prazos das concessões de sua malha ferroviária", afirma o analista da equipe de Research da Guide Investimentos Luis Gustavo Pereira, em relatório.
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