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Representantes dos países que compõem o grupo dos 20 países mais ricos e emergentes posam para foto oficial, em Toronto | Eric Feferberg / AFP Photo
Representantes dos países que compõem o grupo dos 20 países mais ricos e emergentes posam para foto oficial, em Toronto| Foto: Eric Feferberg / AFP Photo

Os líderes mundiais deram, nesse domingo (27), os últimos retoques nos planos para construir uma economia global mais estável, mas se afastaram da promessa de criar uma alternativa única, à medida que a crise que já dura dois anos dá lugar a uma recuperação desigual.

Equilíbrio foi a palavra do momento. O grupo das 20 principais economias ricas e emergentes do mundo quer reduzir pela metade o déficit orçamentário até 2013 sem impedir o crescimento, e impor restrições ao risco bancário sem sufocar os empréstimos.

"Essa é a corda bamba que temos que atravessar", disse o primeiro-ministro canadense, Stephen Harper, no início do encontro.

"Para apoiar a recuperação, é indispensável seguir em frente com os planos de estímulo existentes... mas, ao mesmo tempo, países desenvolvidos devem enviar uma mensagem clara que à medida que nossos planos de estímulo chegarem ao fim, vamos nos concentrar em colocar nossas finanças em ordem."

Os líderes também precisam mostrar o progresso obtido com uma promessa feita em setembro de reequilibrar a economia global. Isso quer dizer que nações que dependem de suas exportações, como a China e a Alemanha, precisam olhar para si mesmas e países endividados, inclusive os EUA, precisam mudar sua maneira de contrair e gastar empréstimos.

Fontes do G-20 disseram à Reuters que não haveria nenhuma referência à moeda chinesa, o iuan, em uma declaração final a ser divulgada ao final do encontro, nesse domingo. Uma versão prévia do documento, obtida pela Reuters, via com bons olhos a recente decisão de Pequim de afrouxar o controle sobre o iuan.

"A maioria dos membros do G-20 recebeu bem os planos do governo da China de introduzir o câmbio flutuante para o iuan", disse Andrei Bokarev, um alto funcionário do departamento de finanças da Rússia. "Mas essa frase não constará no comunicado final, atendendo a um pedido dos chineses."

O presidente dos EUA, Barack Obama, Hu Jintao, presidente da China e líderes das outras potências econômicas do G-20, se reuniram pela quarta vez desde que a crise financeira dos EUA, em 2007, trouxe temores de uma nova Grande Depressão.

O G-20 se uniu no ano passado para jogar trilhões de dólares na batalha contra a recessão. Desde então, o grupo se tornou o principal fórum para coordenar as ações para vencer os desafios globais da economia.

"A economia mundial está se recuperando aos poucos, mas as bases dessa recuperação ainda não estão sólidas, o processo não está equilibrado e ainda existem muitas incertezas", disse Hu.

Com um crescimento lento em muitos países desenvolvidos, Washington teme que o esforço da Europa para reduzir a dívida pós-recessão pode atrapalhar a recuperação, uma preocupação demonstrada por outros líderes do G-20, inclusive pelo primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que entende a pressão feita para colocar as finanças públicas de volta num caminho sustentável, mas pediu aos líderes do G20 que se lembrem de quem paga o ônus.

"Nós não devemos equilibrar o orçamento às custas das pessoas mais pobres do mundo", disse Ban durante o jantar de sábado do G-20.

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