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Rio (Das agências) – Depois de mais de nove meses sem reajustar os preços dos combustíveis, a Petrobrás anunciou ontem um aumento de 10% para a gasolina e 12% para o diesel nas refinarias da estatal. Para o consumidor, as estimativas apontam altas entre 5% e 9% para a gasolina e entre 7% e 10% para o diesel. Os preços nas bombas são livres. Os aumentos já valem desde a meia-noite de hoje e incluem os tributos federais Cide (Contribuição e Intervenção de Domínio Econômico) e PIS/Cofins, mas não o ICMS, que é estadual.

A Petrobrás estima que, para o consumidor, o impacto será menor porque os reajustes "não incidem sobre os impostos nem sobre os 25% de álcool que é misturado à gasolina, nem sobre as parcelas de distribuição e revenda". Pela estimativa da Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis), os aumentos na gasolina nas bombas devem variar de 7,5% a 9%, e a alta no diesel deve ser de 10%. Mas a federação lembra que o valor depende da região, por causa do ICMS e da concorrência.

O diretor do Centro Brasileiro de Infra-Estrutura, Adriano Pires, estima que os postos devem repassar os reajustes a partir de hoje mesmo. Ele calcula um aumento de 5% para a gasolina e de 7% para o diesel, na média nacional, se mantidas as margens atuais dos revendedores. Mas, de acordo com o especialista, os postos vão aproveitar a ocasião para aumentar suas margens de lucro.

Mercado

Os reajustes surpreenderam o mercado, que, apesar de esperar aumentos neste terceiro trimestre, estimava porcentuais menores. No ano passado, a Petrobrás optou por dar os aumentos em duas etapas, uma em outubro e outra em novembro. A expectativa era de que a companhia repetisse a estratégia em 2005, à espera de que as cotações internacionais do petróleo cedessem após a retomada na produção do Golfo do México, prejudicada pela passagem do furacão Katrina. Em Nova Iorque, gasolina e diesel fecharam ontem no menor nível das últimas duas semanas.

"Esses ajustes de preços foram definidos pela companhia levando em consideração um novo patamar de preço do petróleo, dentro de uma perspectiva de médio e longo prazos", informou a empresa, em nota. No último reajuste, em 2004, a cotação internacional do petróleo oscilava em torno dos US$ 45 por barril. Ontem, fecharam a US$ 64,08 em Nova Iorque.

Com os reajustes de ontem, a Petrobrás conseguiu zerar a defasagem no preço do diesel com relação às cotações internacionais do combustível. Segundo cálculos do banco Brascan, o valor que a empresa receberá por litro de gasolina, sem contar os impostos, é 14,7% maior. No caso do diesel, o aumento no faturamento da empresa será de 16,4%.

A gasolina, porém, ainda apresenta espaço para novos aumentos, caso o mercado internacional continue em alta. Segundo uma trading especializada em combustíveis, o preço da gasolina ainda tem uma defasagem de 19% com relação à cotação de Nova Iorque.

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