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Devido à menor oferta, o preço do leite nos supermercados subiu 15% desde janeiro. O motivo é a produção menor ocasionada pelo pasto ruim ou a falta dele prejudicado por causa das geadas e outros problemas climáticos verificados no Brasil e no exterior. A variação ocorre no período de maior consumo, com a chegada do inverno.

Pelo levantamento da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab) o preço ao produtor subiu 14% desde janeiro, quanto custava em média R$ 0,44. Esta semana, o preço praticado era de R$ 0,51. No varejo, o litro custava em média R$ 1,02 e está a R$ 1,17 – em Umuarama, onde o frio castigou mais o pasto, já chegou a R$ 2.

Foi a alta do leite e dos derivados em maio (3,7%) o fator que mais influenciou no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que subiu 0,28%. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), só no mês passado o consumidor pagou 6% mais pelo litro do leite pasteurizado, 2,6% pelo leite em pó e 1,2% pelos queijos.

Para o coordenador de produção da cooperativa Castrolanda (Campos Gerais), Rogério Wolf, a alta de preços recupera a defasagem registrada ao longo de dois anos, principalmente depois da suspeita de febre aftosa no gado paranaense. Segundo ele, o preço ainda está inferior ao de 2005. Outro motivo é a escassez do produto no país e no exterior.

O Brasil é, historicamente, importador de derivados de leite, mas no primeiro trimestre a balança comercial ficou equilibrada, com exportações e importações equivalentes, em cerca de R$ 60 milhões de dólares. "Com o cenário externo favorável, exportou-se muito leite condensado, leite concentrado e em pó", diz. "A alta se deve à baixa produção de países como Argentina e Austrália, que têm problemas climáticos e já reduziram subsídios aos produtores", explica.

O leite em pó está ainda mais inflacionado. O preço, que há três meses era de US$ 2,2 mil a tonelada, mais do que dobrou, para cerca de US$ 5,5 mil.

Paraná

Em período de entressafra (o pico da produção é em outubro), o Paraná tem regiões onde o pasto sofreu com o frio e a geada repentina, principalmente na faixa Oeste. A perda de pasto forçou o produtor a gastar mais com ração, que tem grande impacto nos custos. "A alimentação representa mais de 50% do custo de produção", explica o presidente do Sindileite, Wilson Thiesen.

Já na região dos Campos Gerais a produção foi mantida onde há pasto de inverno (aveia e azevém). "Ele é até melhor para o gado, tanto que minha produção aumentou", diz o produtor Sandro Hey. A produção da cooperativa, de 550 mil litros/dia, vem de 440 produtores cooperados, e não caiu. Mesmo assim, o preço foi reajustado em R$ 0,10, devido à maior procura.

A expectativa é elevar o volume em outubro, no pico da safra, para mais de 700 mil litros/dia, com alta de 5% em relação à safra passada.

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