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Alencar: Venda de Varig a Gol é boa notícia

O vice-presidente José Alencar se disse satisfeito nesta quarta-feira com a compra da Varig pela Gol, que custou um total de US$ 320 milhões. Leia matéria completa.

Ações da GOL disparam diante da notícia de compra da Varig

As ações da GOL têm forte alta na Bolsa de Valores de São Paulo, nesta quarta-feira, diante da compra da Nova Varig, noticiada pelo jornal O GLOBO. Os papéis têm ganhos de 4,22%, a R$ 55,23, contra uma queda de 1,27% do índice Ibovespa. Leia matéria completa.

Menos de 1 ano após ter sido vendida em leilão por 24 milhões de dólares, a nova Varig, ou a parte saudável da mais antiga companhia aérea brasileira, mudou de mãos nesta quarta-feira, ao ser comprada pela rival Gol em operação que pode atingir 320 milhões de dólares.

O pagamento em dinheiro será de apenas 98 milhões de dólares, o que representa menos de 10 por cento do caixa da Gol, informou a companhia. Haverá também a entrega de 6,1 milhões de ações preferenciais emitidas pela Gol, ou 3 por cento do seu capital, além de a empresa assumir obrigação de 100 milhões de reais em debêntures emitidas pela nova Varig.

As duas empresas atuarão separadas no mercado, totalizando 20 milhões de passageiros por ano, mas juntas terão cerca de 45 por cento do total transportado no país, encostando na líder de mercado TAM, hoje com 50 por cento, segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

Para o consultor Paulo Sampaio, da Multiplan, com os investimentos que a Gol fará na Varig, "em agosto ou setembro deste ano o grupo Gol será líder de mercado".

O plano da Gol, divulgado nesta quarta-feira, prevê a frota da Varig subindo dos atuais 17 aviões para 34, sendo 20 Boeings 737 e 14 aeronaves 767, em cronograma a ser definido em breve. A Gol possui 66 aeronaves.

"As linhas internacionais serão mantidas, inclusive ampliando o número de destinos que hoje a Varig opera", disse a jornalistas, em Brasília, o presidente da Gol, Constantino Júnior.

A Varig terá vôos diretos entre os principais centros econômicos nacionais e mais de dez destinos internacionais: na Europa, Frankfurt, Londres, Madrid, Milão e Paris; na América do Norte, Miami, Nova York e Cidade do México; e na América do Sul, Buenos Aires, Santiago, Bogotá e Caracas. O programa de milhagem Smiles será mantido.

Os aviões da Varig não contarão mais com primeira classe nos vôos internacionais, que terão serviços de classe econômica e executiva, segundo a Gol.

Questionado sobre o preço pago pela Varig, que foi mais de 10 vezes o valor de venda da empresa aérea no leilão em meados de 2006, o presidente da Gol afirmou que "houve investimentos depois do leilão por parte do antigo acionista para manter a empresa em operação. Investimento de grande monta".

"Ela (a Varig) partiu de 2 aviões na época", comentou, referindo-se ao aumento da frota da companhia aérea adquirida.

Nesta quarta-feira, Constantino Júnior esteve reunido com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e outras autoridades, entre elas a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, uma das incentivadoras no negócio, segundo fontes, para anunciar a concretização da compra.

O negócio ainda precisa de aprovação da Anac e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Nova decolagem

Livre de dívidas relevantes e com preciosos "slots" (horários de pouso e decolagem nos aeroportos) para oferecer, a Varig continuará numa trajetória independente e agora com capital para competir nos mercados nacional e internacional, avaliaram analistas.

A Gol, por sua vez, adquiriu um ativo que já cobiçava, mas que por conta de insegurança do ponto de vista trabalhista temia assumir. O preço acertado, considerado alto em relação ao valor pago pela Varig em leilão no ano passado, levou em conta o novo perfil da empresa e as perspectivas de crescimento, segundo Sampaio, da Multiplan.

"O Matlin Patterson (fundo estrangeiro que tinha participação na Varig) é uma empresa abutre, especialista em comprar empresas com dificuldades e sanear, e conseguiu fazer isso com a Varig. Fez um bom trabalho de limpeza que proporcionou agora a venda para a Gol", avaliou.

As ações da Gol e da antiga Varig, que tem participação na empresa alienada, subiram com rumores sobre a venda desde o início do pregão na Bolsa de Valores de São Paulo na quarta-feira.

Os papéis da Gol encerraram o dia em alta de 4,17 por cento e os da Varig com valorização de 10,28 por cento, enquanto os da rival TAM caíram 2,18 por cento. O índice Bovespa recuou 1,6 por cento.

"Para o acionista da Gol não faz muita diferença, porque as empresas ficarão separadas, mas ele passa a fazer parte de um grupo que será o maior operador doméstico e terá presença forte na área internacional", afirmou o consultor da Multiplan.

Já o analista Luis de León, do Banif Investment Banking, baseado no México, disse que um fato importante é o fechamento da porta do Brasil para a LAN Chile, que pretendia adquirir uma fatia da Varig e para isso havia antecipado 17 milhões de dólares à empresa brasileira.

"Foi um movimento muito inteligente por parte da Gol, mas agora tudo o que vier de crescimento internacional virá pela Varig, não diretamente pela Gol", observou.

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