Brasília (AE e Folhapress) A preocupação com a possibilidade de aumento da conta de telefone pelo uso da internet levou o governo a adiar por um ano a implantação da cobrança por minuto, e não mais por pulsos, das ligações locais da telefonia fixa. A mudança entraria em vigor a partir da semana que vem. Segundo o ministro das Comunicações, Hélio Costa, a alteração levaria a um aumento de 100% na conta de quem tem acesso à rede por conexão discada.
O governo federal anunciou que está estudando alternativas para baratear o custo do acesso à internet para quem não tem banda larga e usa o telefone convencional. Uma das medidas em estudo é criar um serviço com tarifa fixa para uso ilimitado da internet, em qualquer horário, a um preço que pode variar de R$ 12,00 a R$ 15,00.
Outra proposta é ampliar o horário em que o usuário paga apenas um pulso para ficar conectado pelo tempo que quiser. Esse horário hoje é de meia-noite às seis da manhã e poderia começar mais cedo, às 21 horas. Além disso, o governo quer resolver o problema de quem mora no interior e tem de fazer ligações interurbanas para se conectar. A idéia é criar um sistema para a conexão seja tarifada como ligação local.
Também pesou na decisão o fato da comunicação sobre as mudanças não ter sido maciça. A Anatel chegou a pedir para que a Secom, responsável pela comunicação oficial e publicidade do governo, participasse da divulgação da conversão, mas Costa considera que o esclarecimento é responsabilidade das empresas, e não do governo. Ele preferiu adiar a alteração, alegando que a população ainda tem dúvidas e questiona a novidade. "No dia 1.° de março começaria a chegar a conta de telefone diferenciada, possivelmente com um aumento. Esse impacto negativo o governo não vai assumir", afirmou.
A decisão do governo pegou de surpresa a Abrafix, associação que representa as concessionárias de telefonia fixa. O presidente-executivo da associação, José Fernandes Pauletti, avaliou que o adiamento seria indiferente para as empresas. "Não sei se é bom para a sociedade", disse Pauletti. Ele diz entender que a mudança seria melhor para os usuários.
Ele diz que as empresas estão implementando as modificações e avaliou que o atraso pode atrapalhar o setor se a decisão do governo for a de proibir a conversão neste ano, e não só dar mais prazo para a implementação da medida, já que as operadoras já tinham um plano de investimentos em andamento.
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