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O governo poderá promover mudanças no percentual de mistura de álcool anidro na gasolina se os preços do hidratado subirem para níveis acima do esperado, afirmou nesta sexta-feira o ministro da Agricutura, Luís Carlos Guedes Pinto.

Os preços do hidratado, tipo de álcool usado nos veículos flexíveis, subiram quase 10 por cento nas duas últimas semanas de 2006, devido principalmente à demanda aquecida numa época de entressafra de cana no centro-sul.

``Se por ventura estes preços extrapolarem as nossas expectativas, a determinação do presidente é que nós façamos uma reunião do Cima... e façamos uma revisão nesse índice de mistura'', disse o ministro a jornalistas, numa entrevista coletiva para divulgação da balança comercial do agronegócio.

O Conselho Interministerial do Açúcar e Álcool (Cima), composto pelos ministérios do Desenvolvimento, Fazenda, Agricultura e Minas e Energia, é quem avalia e decide as alterações na mistura obrigatória de álcool à gasolina.

Guedes frisou que ``não há justificativa para um ajuste substancial'' dos preços do álcool, considerando os estoques do produto neste período de entressafra. A produção de álcool bateu recorde no centro-sul na última safra, e os estoques, segundo o ministério, estão ``em níveis confortáveis''.

O ministério havia sinalizado anteriormente, em novembro, que o nível de mistura de anidro na gasolina seria revisado em janeiro, com uma possível elevação dos atuais 23 por cento para 25 por cento, que por ora parece improvável. Na ocasião, a idéia era atender a um pedido do setor.

Num comunicado divulgado na quinta-feira, o Ministério da Agricultura declara que o governo federal está ``preocupado com as oscilações de preços'', mas que o nível atual dos estoques afasta a possibilidade de desabastecimento assim como não justifica altas expressivas.

Guedes observou ainda que na atual entressafra, a alta de preços está mais amena que a verificada na anterior. Atualmente o preço do álcool em São Paulo equivale a 53 por cento do valor da gasolina nos postos, o que serve de estímulo à demanda.

``Esse é um grande incentivo (ao consumo)'', disse. Normalmente, o álcool representa vantagem ao consumidor enquanto não passa de 70 por cento do valor da gasolina.

Segundo Guedes, assumindo um consumo de 1,1 bilhão de litros por mês, haverá ainda uma sobra de 500 milhões de litros disponíveis em meados de abril, quando começa a safra.

Cerca de 5 mil veículos flexíveis entram no mercado a cada dia, afirmou o ministro, ampliando a frota nacional, que já passa de 2,5 milhões de unidades. Dados dos produtores apontam que esse volume de carros já foi responsável por um aumento de 1 bilhão de litros no consumo de hidratado em 2006.

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