O governo espanhol aprovou nesta sexta-feira (3) uma reforma do setor bancário - para sanear seus ativos imobiliários problemáticos - e uma ajuda às regiões para permitir o pagamento a seus provedores, abordando assim dois pontos débeis da economia do país.
Tanto os bancos como as 17 comunidades autônomas espanholas se encontram em uma situação financeira delicada desde o estouro da bolha imobiliária de 2008.
Os primeiros têm 176 bilhões de euros em ativos imobiliários problemáticos - créditos que podem não ser reembolsados, edifícios e terrenos confiscados - e as segundas, que não frearam o gasto a tempo com a crise, carregam uma dívida recorde.
A ideia desta reforma é obrigar os bancos a se protegerem em tempos de crise, incitando-os a fusões com outros estabelecimentos e a aumentar suas provisões para compensar a depreciação dos ativos imobiliários.
Os ativos imobiliários, considerados "problemáticos" - já que seu valor é incerto -, somaram, segundo o Banco da Espanha, 176 bilhões de euros em junho de 2011, uma cifra que seguramente aumentou desde então.
Para cobrir as eventuais perdas na hora de vender estes ativos, os bancos deixaram de lado uma terceira parte desta soma, mas as autoridades consideram-na insuficiente.
O ministro de Economia, Luis de Guindos, cifrou em 50 bilhões de euros as novas provisões para sanear totalmente o setor.
O ministro pediu aos bancos para que utilizem para isso seus lucros, o que as instituições já começaram a fazer.
O Banco Santander, por exemplo, número um da zona do euro por capitalização, apresentou forte queda de seu lucro líquido no quarto trimestre de 2011, após ter realizado importantes gastos para proteger seus ativos imobiliários de maior risco, segundo cifras publicadas na terça-feira.
O lucro líquido do banco subiu 47 milhões de euros (quase 62 milhões de euros), uma queda de 98% com relação aos 2,101 bilhões de euros (2,770 bilhões de dólares) publicados no mesmo período de 2010. A cifra é bastante inferior às expectativas dos analistas, sendo que o consenso citado pelo DowJones Newswires havia previsto 1,7 bilhão de euros.
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