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Desde o início da crise de crédito nos Estados Unidos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem dado sucessivas declarações otimistas sobre os impactos financeiros no Brasil, como a que fez no sábado passado, no ABC paulista.

"Eu estou muito confiante de que a crise americana lá ela é uma tsunami, aqui vai chegar uma marolinha, que não dá nem para esquiar", afirmou na ocasião. Na avaliação do economista Raul Velloso, no entanto, uma mudança de atitude do governo é necessária para garantir "folga" no orçamento para enfrentar os tempos de escassez de dinheiro.

"O gasto do dia-a-dia, custeio, programas de duração continuada, pessoal. Tudo isso vai ter de diminuir para sobrar mais dinheiro para os investimentos produtivos, porque vai ter menos dinheiro para esses investimentos vindos de fora". A oposição diz que está disposta a ajudar o governo na aprovação da medida provisória que dá mais poderes ao Banco Central para enfrentar a crise, mas critica o excesso de otimismo do presidente.

"É preciso bom senso e realismo. E enfrentar os problemas sem querer fugir deles ou fingir que eles não existem. Como a receita vai despencar, é necessário que ele comece a pensar imediatamente em corte de gastos", declarou o senador Tasso Jereissati (PSDB/CE).

O governo afirma que está tomando todas as medidas necessárias. "O que temos que fazer aqui no Brasil é continuar cuidando do nosso dever de casa: continuar investindo em infra-estrutura básica, como energia, transporte, saneamento. Isso que é a função do Estado. E resolver, eventualmente, qualquer problema de liquidez que possa ocorrer", declarou o vice-presidente José Alencar. Debates

A crise financeira internacional foi um dos principais temas de reuniões nesta quarta do presidente Lula com ministros.

O dia no Palácio do Planalto começou com uma conversa reservada. O presidente do Banco Central reafirmou ao presidente Lula que a economia brasileira está forte. Depois, as explicações foram dadas a ministros do governo.

No início da tarde, a crise foi assunto entre o presidente Lula e o presidente dos Estados Unidos, num telefonema de 15 minutos.

Segundo a assessoria do Palácio do Planalto, Bush disse a Lula que o pacote econômico americano vai começar a fazer efeito em duas semanas.

No telefonema, o presidente Lula garantiu que a economia brasileira é sólida e tem bons fundamentos para enfrentar a crise internacional.

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