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O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) vai rever a política de apoio à comercialização do trigo paranaense. A decisão do órgão foi tomada após a Gazeta do Povo revelar que o Rio Grande do Sul teve mais acesso aos recursos públicos destinados aos leilões de escoamento da produção (PEP) do que o Paraná. Juntos, os dois estados respondem por 90% da produção brasileira do cereal.

Em nota, a assessoria do Mapa informou que o órgão fará ajustes nos próximos leilões."O produtor paranaense terá garantia de preço mínimo e os volumes de leilões devem ser revistos para atender o escoamento da safra de 2011", diz o documento. Por telefone, o secretário nacional de Políticas Públicas, Caio Rocha, confirmou ontem que o ministério irá atender a solicitação dos agricultores paranaenses, mas que ainda não sabe quanto a mais irá ofertar para o estado nos próximos pregões. "Na segunda-feira (30), vamos nos organizar internamente, consultar as entidades, analisar as questões de escoamento e, com base nisso, definir o que cada estado precisa", afirma.

O mecanismo de subvenção do governo tem sido a principal ferramenta adotada pelos agricultores para venda de trigo nos últimos anos. No leilão de ontem, por exemplo, das 345 mil toneladas ofertadas para os dois estados do Sul – 215 mil toneladas para o Rio Grande do Sul e 130 mil toneladas para o Paraná – 96% foram arrematadas. "Isso mostra que ainda há muita demanda a ser atendida. E o valor do prêmio ainda ficou um pouco abaixo do último leilão", destaca Pedro Loyola, assessor técnico-econômico da Federação da Agricultura do Paraná (Faep). Outra demanda do setor produtivo que deve ser atendida são as operações de Aquisição do Governo Federal (AGF). "Acredito que em fevereiro tenhamos operações de AGF. Está na hora", disse Rocha.

A diferença de recursos repassados aos dois estados é justificada pelo nível de estoque do estado vizinho, que segundo o Mapa, está superior ao do Paraná. A reportagem apurou, contudo, que as reservas paranaenses estavam em torno de 1,4 milhão de toneladas até a última quarta-feira, contra pouco mais de 1 milhão depositados nos armazéns do Rio Grande do Sul. O Ministério alega ainda que está cumprindo as solicitações feitas por federações e cooperativas de cada estado em 23 de novembro, durante reunião com as entidades em Brasília.

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